quinta-feira, novembro 30, 2006

lembra-te

[É curioso e ao mesmo triste pensar que só comecei a procurar poemas de Mário Cesariny agora, que morreu há dias. Encontrei este que me pareceu fascinante e intenso. Tem alma.]



lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny

quarta-feira, novembro 29, 2006

lembrar dos pormenores

Às vezes apetece escrever aquilo que fazemos, especialmente de manhã (altura de maior anomia), que mais não seja para nos lembrarmos, agora ou depois, que o fizémos - e não me refiro, propriamente, a coisas importantes da nossa vida.

estes e aqueles dias

Por estes dias não me sinto. Tudo passa e eu não sinto. Faço muito e continuo a não sentir - salvo pequenas excepções. Sinto-me pequenino. Insignificante e preso. Agarrado e limitado. Perturbado e sem forças para sentir. Exprimir. Sair. Mudar. Viver.

sábado, novembro 25, 2006

so alone

I’m so alone
Nobody knows my passed
I’m so revolted
Nobody knows why
I’m so bored
Nobody sees me
Im reborn
Nobody’s there

quarta-feira, novembro 15, 2006

antigo e curioso



Ver a partir do minuto e 30 segundos.



1980.



Christmas Time.



This Time.



Don't you know that tears ar not enough.



It's a House Arrest.



Entrevista.



When the night comes.



Entrevista MTV 1994.

quarta-feira, novembro 08, 2006

tempo

O tempo passa mais depressa. É essa a sensação que tenho tido nos últimos dois anos. Torna-se difícil ver a vida passar assim, sem anunciar que vai passando. Sem fazer-se notar nem se explicando. Quero parar o tempo e a vida. Meditar e recomeçar. Gritar e revitalizar uma vida moribunda.


Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre

quinta-feira, novembro 02, 2006


rains drops keep falling on my head

Por mais inconveniente que seja apanhar uma "molha" - ser apanhado sem chapéu de chuva nem casaco protector numa situação de chuva intensa na rua -, também consigo de ver coisas boas, mesmo quando vou encharcado pelas ruas. É simples... uma "molha" é tão natural quanto a sua sede, tal como o anúncio dizia. Depois, é diferente e inesperado e, apesar de estarmos numa sociedade já muito civilizada (seja lá isso o que for), quando chove e estamos na rua todos estamos a ser afectados pela mesma coisa. Há alguns que correm, a fugir da chuva - desgraçados. Outros, normalmente rapazes e jovens, que andam descontraídamente a apanhar a valente chuvada com determinação e coragem. É puro e parece que lava muita coisa. Se viram alguém de casaco de ganga, com um poster enrolado por dentro do casaco, e um panfleto de um filme de animação por cima da cabeça... era eu. Não imaginas o que o braço me começou a doer, mas consegui evitar 5 grandes pingas de água...