domingo, novembro 30, 2008

granizo, chuva, vento, frio








by seremot


O frio aperta. A chuva não pára. O granizo acorda. É Inverno, puro e duro. Só apetece ficar em casa. Quieto e parado.

Foi uma noite de despedida, do meu primo. Um dos meus melhores amigos desde que me conheço, que vai agora viver uma aventura por Paris, em busca de novas motivações. Para matar saudades, voltámos a passar a madrugada em família (faltaram os meus tios e prima Judite, que estão a viver em Paris) e a jogar monopólio - já lá iam uns quantos anos desde a última vez. Voltei a ganhar (nunca perdi a jogar ao monopólio).



quarta-feira, novembro 26, 2008

father and son...




Quando tinha 11 anos e via o meu pai ouvir Cat Stevens e a banda sonora do filme Jesus Christ Superstar e dizia: "Lá está ele a ouvir música velha!" Quando fiz 18 anos e o meu pai me apanhou a ouvir Cat Stevens disse: "Então não eras tu que não gostavas de música velha?!"

Resta dizer que esses dois CD's (dos primeiros a circular lá por casa - os primeiros adquiridos de propósito para mim, tinha 10 anos, foram Waking Up the Neighbours (BA) e Auto da Pimenta (Rui Veloso - este último por pressão do meu pai, mas revelou-se, anos mais tarde, uma escolha acertada)), neste momento, 15 anos depois, estão em minha casa e o meu pai nunca mais os viu...

Volta na volta estou a ouvir o The Very Best of Cat Stevens ou o Jesus Christ Superstar Soundtrack... ainda hoje. E sabe bem.


Estarei a ficar velho?


This is your life, and is ending one minute at a time...


terça-feira, novembro 25, 2008

onde estás tu... jovem atento neste princípio de milénio




Chego aos 27 anos com a legitimidade de poder dizer: as pessoas ainda me surpreendem, todos os dias.

And I don't mean that in a good way!




hoje é 25 de novembro (2008) - houve música e choveu





13h20 - Saí da sala de cinema no Campo Pequeno depois de ver um filme fraquinho salvo pela voz contagiante e autenticamente hipnotizante de Amália Rodrigues. Passo pelo restaurante anexo aos cinemas e vejo uma foto gigante de Martin Scorsese, Leonardo DiCaprio e Jack Nicholson ao lado de uma mesa, com um fundo de sala de cinema. Parece mesmo que estão ali! Não estão. Penso "devia de tirar uma foto ao pormenor... mas é melhor não". Continuo em passo acelerado a caminho do carro.

13h22 - Ali junto à Culturgest vejo um rapaz de bicicleta a vir na minha direcção sem as mãos no volante. Onde estavam elas? (nada de pensamentos ordinários, sff) Nos bolsos do casaco! Isto num passeio com vários peões (ou serão transeuntes - essa palavra assustadoramente esquisita). Ia-se desviando das pessoas ligeiramente com o movimento do corpo. Tudo bem que estava um frio de rachar, mas voltei a ter um dos meus pensamentos assassinos: colocar o pé à frente da roda talvez ensinasse a alguém uma lição...

13h23 - Aproximo-me do carro com o receio habitual: "Será que tenho o carro bloqueado? Será? (tinha passado uma hora do tempo regulamentar)" Olho e... não. Óptimo! Menos uma preocupação.

13h24 - Ligo o carro, sorrio com o barulho do motor e... o rádio está a tocar a alto e bom som um hino à boa música: Roadhouse Blues. A voz de Jim Morrison enche por completo o ambiente e o espírito com que parto à estrada... tento acompanhá-lo a cantar:
"Let it roll, baby roll, let it roll, baby roll... let it roll... ALL NIGHT LONG!! Yeaaaahhh!"
Esta é uma canção que enche um dia inteiro! Em poucos minutos vibrei ao som de duas vozes inconfundíveis, repletas de "alma" e uma força inebriante e que enfeitiça... curiosamente, ambas "as vozes" não existem mais neste mundo.

13h27 - Depois de ouvir Jim Morrison, já a passar pela Alameda, não passa mais nada de jeito no rádio. Tudo o resto é porcaria (para não dizer merda que pode ferir algums susceptibilidades). Tudo o resto está abaixo de uma fasquia tão alta.

13h28 / 23h08 - Chegada a noite estou para aqui a escrever esta porra. Das 13h28 até agora não há nada digno de registo. Nada interessou, nem mesmo o jogo de futebol que foi fraquinho demais para mencionar. Nem mesmo a ida a casa em 30 minutos, em plena hora de ponta, para ir buscar o equipamento e voltar a Carnaxide para jogar vale a pena mencionar (o 147 Ducati portou-se muito bem). Aquele momento dos Roadhouse Blues fez o dia valer a pena.
O resto são "pintelhices", como dizia carinhosamente o meu professor de Introdução às Tecnologias de Informação do 12º ano (lembras-te Flipe? Ele dizia essa bela expressão especialmente a ti!).

Mãe, boa noite. Estou para ver o que me reserva amanhã.



PS: A chuva está aí em força, e com ela mais uns milhares de carros pela cidade. Viva o piso molhado, viva! Viva os milhares que não sabem conduzir um automóvel mas andam na estrada na mesma, viva!




PS2: Senhores e senhoras do ex-condado portucalense, deixo-vos a seguinte mensagem -
Conduzir devagar não é, necessariamente, conduzir em segurança!!!
Se andarem com o volante de um lado para o outro, mesmo devagar, mais cedo ou mais tarde vão ser abalroados ou saem mesmo de pista!



segunda-feira, novembro 24, 2008

this is your life




This is your life
Good to the last drop
doesn't get any better than this

This is your
life, and it's ending one minute at
a time.


in Fight Club, dos Dust Brothers



sábado, novembro 01, 2008

passado

Estás à distância de um espelho

quem faz aprende




Existe uma forma de percebermos se evoluimos ou não, já que nem sempre percebemos isso no dia-a-dia: ler ou rever coisas que fizemos há alguns anos. Curioso como coisas que achámos que estavam geniais, hoje percebemos que não eram assim nada de tão especial... Mas também acontece o contrário! Coisas que até tinhamos esquecido que tinhamos feito, afinal existiram mesmo e ficaram melhor do que pensámos. A memória tem destas coisas.


memórias da escola

Chama-se Escola Secundária de Raul Proença e foi por onde andei a estudar e conviver do 7º ao 12º ano. As instalações são boas, para uma escola pública, tem professores acima da média e sempre me tratou bem (a escola). Fiquei a saber esta semana que ficou em 45º lugar no ranking das escolas portuguesas a nível de notas dos alunos nos exames nacionais. Contabilizando as escolas públicas é a 13ª, o que é bem bom em 608 escolas.

Por lá "reside" um professor que se tornou conhecido a nível nacional recentemente (não, não és tu Flipe, não foi assim tão recentemente) quando publicou no Público (não, não és tu Flipe, acredita) um anúncio pago por ele a pedir desculpa por ter votado em Sócrates.

No Público de 9 de Setembro de 2005, este professor fez o seguinte anúncio:
"PEDIDO DE DESCULPA
Rogério Guimarães, cidadão eleitor n.º 6823, da unidade geográfica de recenseamento das Caldas da Raínha, vem por este meio pedir desculpas a todos os democratas por ter contribuído com o seu voto para a eleição deste Governo".




É professor da disciplina de Oficina de Expressão Dramática (foi professor no Conservatório) e chama-se Rogério Guimarães. Nas aulas dele consegui fazer das coisas mais engraçadas e criativas na minha vida, que mais gozo me deram:

Não me esqueço da sensação de estar num palco, "vestido" e "decorado" de mulher com um manto branco ao som da música Jesus Christ Superstar e de alguém puxar o lençol, onde (já ao som da música Don't Want a Short Dick Man), estava eu a abraçar um artefacto das Caldas de 10 litros (que é, acreditem, muito grande). Ao meu lado estavam a dançar um chulo magro e uma tipa que gosta de esquemas, à minha frente estavam mais de 600 pessoas, incluindo professores e o presidente da Câmara. Foi histórico.

Para além deste, existem professores inesquecíveis mas menos conhecidos, como o Isidro Silva, a Cândida Calado, a Celeste Custódio, a Alzira, entre muitos outros.