quinta-feira, março 15, 2012

comandar o tempo com o 'pause' & 'play'

Às vezes dou por mim com vontade de parar o tempo, mais do que é costume.

São 08h08. Vou ali tomar um duche. Quando volto a olhar para o relógio, já são 08h25.

Deviamos ter um comando para controlar o tempo. Existem actividades que são claramente extra-temporais. Chichi, cocó, banho, limpeza das fossas nasais, cortar as unhas, tirar a cera dos ouvidos, lavar a cara, mãos e afins. Isto deveria obrigar a um grande "PAUSE" na vida. Faria todo o sentido.
O problema é que a vida não é como o basquetebol, andebol ou futebol americano. A vida é como o futebol. O tempo não pára, nunca. Nem quando um jogador adversário faz fita, muito menos quando há bulha no relvado, alguém demora 10 minutos para ser substituído por um colega ou o árbitro decide marcar faltas a cada 10 segundos de jogo. O tempo não pára. A vida também é assim. E, tal como no futebol, com mais descontozito de tempo dado pelo árbitro no final, ou menos desconto de tempo, a vida acaba com todas as idas ao wc, conversas ocas, recolha e lavagem da louça, idas ao supermercado e CTT, desesperos no trânsito, limpezas da casa e do carro, tratamento de papéis, pagamentos de contas, idas à Segurança Social (Finanças e Lojas do Cidadão) A CONTAR. Tudo isso conta para a vida.

- Deus: Então, como foi a tua vida na Terra, caro humano.
- Humano: Pá, foi... Fiz chichi, cocó, tomei banho, limpei as fossas nasais, cortei as unhas, tirei a cera dos ouvidos, lavei a cara, mãos e miudezas, conversas ocas. Fui ao supermercado e CTT, tirei da mesa e lavei a louça milhões de vezes, desesperei no trânsito, limpei milhares de vezes a casa e o carro, tratei de papéis e do pagamento das contas, fui à Segurança Social (Finanças e Lojas do Cidadão) onde estive num total de 300 horas (12 dias)...
- Deus: Sinceramente, não sei para que é que criei os seres humanos.
- Humano: Das duas uma, ou dás-nos a possibilidade de pararmos o tempo para fazer estas actividades, ou deixa de ser egoísta e faz da malta toda, deuses.