segunda-feira, agosto 27, 2007

em crescimento

Acontecimentos esporádicos desencadeiam pensamentos inquietantes na mente do jovem em crescimento.

A morte de um ex-professor que não o marcou propriamente (bem menos do que outros professores, de outras alturas, menos conhecidos mas igualmente apaixonados), um homem de ideias fixas, de argumentos sólidos e, aparentemente, de bem com a vida. O jovem em crescimento interroga-se das escolhas deste homem, na sua missão e dedicação ao seu trabalho, às suas leituras, às suas filosofias, opiniões e aulas. Na forma como a vida pessoal poderá ter sido condicionado pelo amor a esse trabalho, a essa missão, que fazia parte dele. Apesar de adorar mulheres (teve três ex-esposas), teve sempre no seu trabalho a prioridade (pelo que parece perceptível). Apesar disso, era positivo, acessível e bem disposto, não se afastando de desafios diferentes, apesar de estar num meio onde isso é pouco habitual e até, talvez, mal visto, o meio academista (tão elitistas por vezes). O jovem em crescimento questiona-se quais as escolhas que este homem tomou para chegar onde chegou... se foi tudo consciente... o que queria ele fazer com a sua a vida... o que o motivava. Quereria deixar marca? Distinguir-se? Acha que conseguiu? Era um homem fisicamente estranho (curioso como nunca se fala no aspecto fisico deste tipo de pessoas, mas isso também os faz, em parte), muito baixo, gordo, mas isso, apesar de lhe ter trazido dificuldades (especialmente as fisicas, que o jovem viu acontecer), não parecem ter afectado o seu positivismo e mesmo a confiança como falava e argumentava sobre aquilo em que acreditava. A pergunta permanece sem resposta: Quais as escolhas e porquê?


Um filme, muito conhecido entre os cinéfilos, um autor multifacetado e muito jovem no seu sucesso suscitam mais dúvidas no jovem em crescimento, em busca de respostas para a sua vida mas questionando quais terão outros feitos para chegarem onde chegaram... e será que tomaram as mais correctas... Noutro continente, noutro país, o homem brilhante e inteligente tinha o dom da palavra: escrita, radiofónica e cinematográfica (também sabia pintar muito bem). Conseguiu cedo o que muitos não sonhariam uma vida inteira... a promessa de muito mais acabou por perder-se, em projectos que nunca terminaram e não passaram disso mesmo, promessas. Pelo que é dado a ver ao jovem, este velho jovem que morreu em 1985, tinha essencialmente o dom do timing. Sabia provocar, inventar, contar histórias e imaginar mundos que não existiam, mas que poderiam muito bem ter existido. Celebrizou-se no cinema não com um filme sobre um homem rico e bem sucedido que ajudou quem precisava e não quis nada em troca com isso. Mas de um homem que o destino encarregou de dar uma grande fortuna e, partindo de ideias puras e minimamente solidárias, perdeu-se em vaidades e egocentrismos... um homem rico, mas que faliu os seus próprios sonhos iniciais, a pequena criança que foi (simbolizada através de um pequeno trenó da marca Rosebud), antes da riqueza vir na idade adulta.
Mais perguntas assolam a mente do jovem em crescimento. Por onde ir? Valerá a pena dar a volta à rotunda e seguir por outra estrada. Já todas foram tão viajadas, tudo é possível, onde jaz a decisão menos conflituosa com o seu espirito. Depois de tantos caminhos já escolhidos, ainda muitos estão por escolher. A frase que aparece noutro filme, inesquecível, "eu escolhi a estrada menos viajada" ficou na memória, só que já não há estradas menos viajadas...


Só que o jovem em crescimento já não seja um jovem, embora ainda esteja em crescimento.






o futuro é agora
tudo pode ser encontrado

fea

Sinto a necessidade de voltar a tempos antigos, a mentalidades antigas, a liberdades de espiríto antigas, a imaginação antiga, a força antiga, a inquietações antigas, a filosofias antigas, a esperanças antigas.






o futuro é agora
tudo pode ser encontrado
Sinto a necessidade de não estar aqui, ao computador a escrever isto. De não ver televisão durante 10 anos. De não ir ao centro comercial durante 20. De não falar durante uma semana. De não ter telemóvel. De não ficar parado... correr durante 1 mês, sem parar.

regressar

Viajar para outro país, outra cultura, dá-nos uma sensação de alheamento da nossa realidade. Estamos noutra. Diferente. Longe do hábito. Da língua. Das pessoas do quotidiano. É bom e às vezes não apetece regressar.

quinta-feira, agosto 16, 2007

amphitheatrum flavium


prego

Regressar de Itália de férias para os hábitos antigos é estranho mas reconfortante. Se não fosse sair muito mais caro, gostaria de ficar mais tempo por Itália. Ver as coisas com mais calma. Um mês inteiro não era nada mal pensado. A rotina voltou, mas a memória de uma viagem inesquecível dificilmente desaparece.

quarta-feira, agosto 08, 2007

holidays

De ida para Itália, as férias chamam. Para quem estiver a ler, aproveitem bem o Verão, já está no final. Mesmo a trabalhar, aproveitem o sossego desta altura. Até.


Voltar a andar de avião... de noite. Ui. Espero sobreviver. Se for esse o caso, cá nos vemos dia 15.

segunda-feira, agosto 06, 2007

liberdade das amarras

Domingo à noite. A sensação de não ter trabalhado hoje ou ter de trabalhar amanhã é simplesmente libertadora. Férias sabem bem por isto, especialmente quando estou na terrinha.

domingo, agosto 05, 2007

over there there's some friends of mine



"Well over there there's friends of mine
What can I say, I've known 'em for a long long time
And yeah they might overstep the line
But I just cannot get angry in the same way
Not, not in the same way
Not in the same way
Oh no, oh no no"

Arctic Monkeys, A Certain Romance

gummi bears



Memórias de uma infância dos anos 80. Gummi Bears.

sleeping nights




dias de praia

Dias de praia. De pensamentos longínquos. De água fresquinha. De limiar da terra. De proximidade com o mar. Dias de praia. De areia quentinha. De sol acolhedor. De suor em bica. De pouca roupa e muitas vistas, para o longínquo e particular.

dormir por dormir

O que é que os homens têm que têm o hábito de dormir, seja em que posição for, em qualquer lado?
É certo que não são todos. Mas conheço uns quantos, da família próxima, que o fazem com grande facilidade. O fenómeno faz-me sempre lembrar uma daquelas séries televisivas que ficam na memória, Cheers, Aquele Bar, com aquela música característica e um Woody Harrelson (que, curiosamente, na série tem o mesmo nome, Woody) que adormecia em serviço e mesmo em pé e tudo.
Neste preciso momento vejo um homem de 48 anos, sentado num cadeira bem dura, com os braços dobrados e debruçado sobre uma mesa, com a cabeça estendida sobre eles e a dormir profundamente. Inicialmente, estava a dormir sentado e com a cabeça completamente torta. À sua frente uma revista chamada Visão e uma bolsa de tabaco, do tipo de enrolar. Quando o chamei e disse para ir dormir para a cama, a cabeça foi projectada para frente da revista que lia anteriormente e sairam uns múrmurios imperceptíveis.
Há 26 anos que conheço este homem, e desde essa altura que ele tem esta tendência de adormecer em tudo o que é sítio, especialmente pelo sofá e a ver tv. Conheço mais uns quantos que o fazem.
Actualmente não sou assim, mas será que vou ser? Assusta-me a ideia... espero não ser, até porque acordar com dores de costas ou de pescoço não é das coisas mais agradáveis. E prezo muito o conforto do vale dos lençóis, o um, o dois ou o três. Prefiro o um e o três. Também tenho apetência para deitar tarde, ficar a ver tv ou pelo sofá, mas para já não tenho qualquer apetência para dormir no sofá, até porque quando começo a ver um filme raramente consigo parar de vê-lo, seja para sair ou para adormecer mesmo ali, vejo mesmo até ao fim. É o poder das histórias... algumas até nem são nada de jeito.

Uma das imagens mais curiosas da minha infância/adolescência é ver uma cabeça de um homem ir caindo à medida que o sono o preenchia, num sofá. No segundo seguinte levantava-a novamente, para voltar a cair de imediato, devagar... repetidamente. Pensava: aqui está o cérebro de um ser vivo, em plena actividade, no entanto, a dormir, insconsciente do que se passa à sua volta. Causava-me estranheza e alguma introspecção.

Claro que um dos passatempos preferidos era mesmo perturbar este sono profundo de um local pouco próprio. Papéis na boca eram um clássico, tal como passar suavemente com um papel na orelha ou mesmo soprar. As reacções nem sempre eram imediatas, mas quando aconteciam eram ligeiras e despercebidas. Depois exagerava, um papelito a perturbar a pelosidade nasal costumava dar reacções mais energéticas, que se tornavam até em ameaças, e em bastante riso da minha parte. Criancices belas.
"Onde está a tua etiqueta!"