3h27.
Sábado de madrugada (na verdade é domingo, mas digo sábado…). Está a dar um filme da Marilyn Monroe na televisão. Acabei de ver Where The Truth Lies, um filme curioso sobre um crime, dois cómicos dos anos 70, amigos e que fazem uma dupla célebre. Que se separam após a morte de uma jovem num quarto de hotel onde estavam. O filme faz lembrar as histórias de Agatha Christie, sobre o modo de descobrir o assassino, as voltas, as mortes. Curioso. Mas o filme acabou.
O que fazer?
O senso mais ajuizado diz que é melhor deitar, para amanhã acordar cedo e ir à praia “fresco”. O senso mais ajuizado é engraçado. Fala muito mas é pouco influente nestas decisões em particular. A vontade de fazer mais alguma coisa prevaleceu, como costuma prevalecer em algumas noites, não todas, felizmente. Passando os olhos pelos filmes ainda a ver, deparo-me com Colour Me Kubrick.
Tenho curiosidade em ver, é com um dos teus actores preferidos serEmot, John Malkovitch. Quando abro o ficheiro percebo que é dobrado naquilo que julgo ser checo, ou jugoslavo, ou mesmo ucraniano (não, este último não parece). O curioso nesta dobragem é que se ouve os actores reais falarem em inglês, e depois, por cima, os checo, ou outra coisa qualquer. Ainda dá para perceber, mas torna-se demasiado estranho para ver mesmo como filme.
Por isso mesmo, faço uma passagem, nuns 10 minutos, pelos muitos mais do filme. Pareceu-me engraçado, com uma certa ironia e sentido humano em todo o engodo. Gostei particularmente do genérico final. Porquê? Pela música. Num tom muito calmo, com uma voz e estilo quase irreconhecível e brilhantemente agradável e adequado ao filme, o cantautor Bryan Adams aparece com duas belas canções. Tal como Man on the Moon, dos REM, sobre o filme homónimo dedicado ao surpreendente Andy Kaufman.
As personagens de ambos os filmes, pensando bem, até tem um ou outro ponto em comum: viverem à margem da maior parte dos humanos e podem ser consideradas estranhamente diferentes.
Anita Ekberg
Posto isto, perguntas-me, serEmot do futuro, o que fizeste mais tu?
Ainda espreitei outro filme que queria ver, La Dolce Vita (de Fellini, 1960). Mais uns 10/15 minutos de passagem pelos mais de 160 minutos de filme que, há de dizê-lo, parecem apetecíveis. A cena da fonte é, de facto, muito bem conseguida. Marcello Mastroianni está estupendo no filme e a senhora sueca a passar por norte-americana mamalhuda, Anita Ekberg, não lhe fica atrás, pelo menos no peito…
E mais… ui. Ai vem a parte da liberdade, da loucura, insanidade e muito suor.
Coloquei no Winamp a minha nova descoberta dos Orson, No Tomorrow. Sempre aos saltos e a cantar ocasionalmente, assim senti, vibrei e me diverti à grande com a mesma música a tocar umas 15 vezes.
As partes preferidas são simples:
“Just look at me, silly me, I am happy as I can be, I got a girl who thinks I rock / and tomorrow there’s no school, so let’s drink some more Red Bull, so I get home to about six o’clock.”
I see your twinkle in your eye, You shake you ass and I just die, let’s check our coats, and move out to the flour… oh… oh... oh… When I need to easy, tomorrow doesn’t matter, turn that music on…
As últimas duas vezes foi à luz das velas… na televisão continua a dar o filme de Marilyn Monroe. Continua encantadora, no filme. Ainda passei os olhos por uma série (mais uma de Aaron Spelling – recentemente falecido), passada na praia sobre uma família de três jovens órfãos criados pelas tia e respectivos amigos - Summerland.
A minha noite foi assim, desde as 00h, já são 4h, está na hora do vale dos lençóis. Até sempre e que a deusa da noite te acompanhe com água limpa e cristalina a refrescar os lábios e a boca.