I´m scared of the window of death, of oldship.
A moment ago, i was breaching in a lonely dark place
where I can be sorry to belong to a force of energy
Para quem quer descobrir e sentir. Quem quer conhecer outras formas de vida e de pensamento, melhor ou pior.
Quem = serEmot futuro.
O que interessa?
Tensões na mente de serEmot
domingo, outubro 29, 2006
momento
FERNANDO PESSOA . BERNARDO SOARES - in livro do desassossego
"O coração, se pudesse pensar, pararia."
"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também." --- in triplov
"O coração, se pudesse pensar, pararia."
"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também." --- in triplov
sofá
Sofá
Parado no tempo
Parado no sofá
Perdido no imenso
Incompreendido por cá
Saído de um filme
Parido de um sonho
Achado num sofá
Entretido pelos sons,
Cativado pela imagem
Compreendido por lá
Comecei animado,
Desenvolvi-me inspirado
Morri no sofá
1.38 – 01-05-06
quadro
Quadro
Cresci num quadro pintado de azul
Inspirei-me num quarto com moldura dourada
Viajei por um avião preenchido por uma flor
Caminhei sobre uma mulher com a espinha trucidada
Voei sobre uma mulher pousada numa concha
Desdenhei outra mulher com um brinco de pérola
Sonhei com um mundo de relógios parados
Nasci sob o olhar de um espírito híbrido sentado
Vivi num quadro
pim - fórmula do dantas
Morra o Viegas, Pim!
Viveu, morreu. Lembrou-me o dia e a noite.
Actuou, declamou, cantou e ironizou. Deu a vida pela morte.
Inspirou, lembrou, criou vida das palavras.
Gesticulou, amou, viveu a vida pela arte.
Morreu, desiludiu, matou o espírito pela morte.
Parou. Cessou. Falou a vida pelos mortos.
Adeus, Viegas, sim.
Sim, Adeus, Viegas.
Adeus, Sim, Viegas.
Viegas, Sim, Adeus.
Sim, Viegas, Adeus.
Viegas, Adeus, Sim.
Quem foste tu?
O herói dos tristes mortos.
O que fizeste tu?
A comédia para os felizes vivos.
O que te desejo?
Nada. Estás morto. Morra o Viegas, Pim!
deitar
Anseio pelo leito
Sonho com os lençóis
Imagino o abraço à almofada
Recordo a protecção de estar coberto
Aspiro pelo momento do mundo dos sonhos
Vibro com o pensamento do carinho do tecido
Sorrio com a sensação de partir para outra vida
Caminho para a zona por que anseio, sonho, imagino, recordo, aspiro, vibro, sorrio
Vou-me deitar.
Sonho com os lençóis
Imagino o abraço à almofada
Recordo a protecção de estar coberto
Aspiro pelo momento do mundo dos sonhos
Vibro com o pensamento do carinho do tecido
Sorrio com a sensação de partir para outra vida
Caminho para a zona por que anseio, sonho, imagino, recordo, aspiro, vibro, sorrio
Vou-me deitar.
sábado, outubro 28, 2006
exprimir
00h15 – 01-05-2006
Sinto que tenho algo a dizer, a exprimir.
Por um lado, há sempre a teoria de que precisamos de deixar a nossa marca no mundo. É um pouco por isso que quase todas as mulheres querem ter um filho – umas admitem com veemência esse facto, outras negam em certa medida, mas no interior… querem tê-lo. Os homens também sentem isso, a necessidade de ter um filho, de modo mais recatado. É uma das formas mais primitivas de sentirmos que deixamos algo para trás no mundo. Desde há uns milénios para cá, no planeta Terra, os animais, ou muitos deles pelo menos, têm tentado impor-se. Fosse para conseguir comida, maior respeito pelos pares ou, no caso dos humanos, para se imortalizarem de alguma forma. Talvez seguindo essa génese humana, sinto várias vezes, a necessidade de escrever sobre mim e a minha vida. Primeiro, começou por ser apenas para mim, aliás, sempre foi apenas para mim, com uma condicionante paradoxal: no fundo, havia um objectivo secreto e só por vezes pensado, de que era para alguém, mais tarde. Que algo que escrevi sobre um momento meu teria a mesma importância que tinha para mim na altura para alguém num futuro próximo... Estranho? Sem dúvida. Complicado? Mais ainda. Mas era o que sentia. Hoje escrevo como forma de me libertar desses mesmos pensamentos.
Encontro uma comparação esquisita – normal em mim: A personagem de Dumbledore, no livro/filme de Harry Potter, utiliza algures uma espécie de recipiente para guardar os seus pensamentos/memórias, ao longo do tempo. Para ele, seria uma forma de libertação e ao mesmo tempo de recordação garantida. Com a escrita eu fui, de modo bastante moderado, o mesmo. Digo moderado porque há quem escreva muito mesmo. Eu sempre escrevi pouco, mas sempre foi libertador e sempre quis escrever muito mais do que o fiz na realidade.
Voltando ao facto de que tenho algo a exprimir. Actualmente considero-me um pouco limitado. Isto porque no que se trata a escrever a pensar num filme ou série de tv, as primeiras ideias que me surgem na cabeça, saltam mesmo com a maior das impulsões, são as minhas memórias. Mas ser criativo é poder adaptar e criar outras histórias e ideias. No entanto, encontro-me em fase de tentativa de explorar o meu lado criativo de escritor/argumentista/idiota. Preciso de arregaçar as mangas, e abraçar esta fase com prática, muita prática, algo que não tenho feito! As ideias ainda vão surgindo, a prática, essa, é que escapa. Mãos à obra, tu!
Sinto que tenho algo a dizer, a exprimir.
Por um lado, há sempre a teoria de que precisamos de deixar a nossa marca no mundo. É um pouco por isso que quase todas as mulheres querem ter um filho – umas admitem com veemência esse facto, outras negam em certa medida, mas no interior… querem tê-lo. Os homens também sentem isso, a necessidade de ter um filho, de modo mais recatado. É uma das formas mais primitivas de sentirmos que deixamos algo para trás no mundo. Desde há uns milénios para cá, no planeta Terra, os animais, ou muitos deles pelo menos, têm tentado impor-se. Fosse para conseguir comida, maior respeito pelos pares ou, no caso dos humanos, para se imortalizarem de alguma forma. Talvez seguindo essa génese humana, sinto várias vezes, a necessidade de escrever sobre mim e a minha vida. Primeiro, começou por ser apenas para mim, aliás, sempre foi apenas para mim, com uma condicionante paradoxal: no fundo, havia um objectivo secreto e só por vezes pensado, de que era para alguém, mais tarde. Que algo que escrevi sobre um momento meu teria a mesma importância que tinha para mim na altura para alguém num futuro próximo... Estranho? Sem dúvida. Complicado? Mais ainda. Mas era o que sentia. Hoje escrevo como forma de me libertar desses mesmos pensamentos.
Encontro uma comparação esquisita – normal em mim: A personagem de Dumbledore, no livro/filme de Harry Potter, utiliza algures uma espécie de recipiente para guardar os seus pensamentos/memórias, ao longo do tempo. Para ele, seria uma forma de libertação e ao mesmo tempo de recordação garantida. Com a escrita eu fui, de modo bastante moderado, o mesmo. Digo moderado porque há quem escreva muito mesmo. Eu sempre escrevi pouco, mas sempre foi libertador e sempre quis escrever muito mais do que o fiz na realidade.
Voltando ao facto de que tenho algo a exprimir. Actualmente considero-me um pouco limitado. Isto porque no que se trata a escrever a pensar num filme ou série de tv, as primeiras ideias que me surgem na cabeça, saltam mesmo com a maior das impulsões, são as minhas memórias. Mas ser criativo é poder adaptar e criar outras histórias e ideias. No entanto, encontro-me em fase de tentativa de explorar o meu lado criativo de escritor/argumentista/idiota. Preciso de arregaçar as mangas, e abraçar esta fase com prática, muita prática, algo que não tenho feito! As ideias ainda vão surgindo, a prática, essa, é que escapa. Mãos à obra, tu!
mitos (continuação I do post anterior)
Tornar-se um mito de uma época, por intermédio de conquistas, altos cargos, dinheiro, arte ou um qualquer tipo de feito repleto de grandeza foram esquemas nem sempre bem sucedidos ao longo dos tempos, inclusivamente nos últimos tempos, em que a televisão veio revolucionar alguns conceitos. A verdade, é que com televisão, os computadores, a Internet, e as revoluções culturais e de hábitos que vieram com estes meios recentes, a génese da humanidade mantém-se, em parte, bastante considerável, intacta. Tudo isto faz-me lembrar um livro recente do ensaísta português Eduardo Lourenço, que folheei hoje mesmo – dia em que escrevo. Com um nome estranho, acho que era Heterodoxia, aparentemente falava de como a humanidade se repete, como o passado é tão semelhante ao presente e ao futuro. O quanto repetimos a história sem nos apercebermos. Tratando-se de um homem que respeito e admiro (graças a um documentário que vi há uns tempo), fiquei curioso. Nesta minha parva dissertação caótica, talvez essas ideias de integrem bem.
infância eu (continuação II - do post anterior)
Desde pequenos que a sociedade circundante nos dá a entender que é importante ser popular. É importante integrar-nos e ao mesmo tempo destacarmo-nos. Sempre me achei especial quando era pequeno. Era diferente dos outros pelo simples e estranho facto de que eu, era eu. Eu sentia-me. Os meus sentidos funcionavam para mim. As minhas emoções atingiam-me a mim. Havia coisas que só eu sabia. Só eu experienciava. Por isto, era especial. Tinha algo que os outros não tinham. Sim… eles tinham também, mas eu não sentia por eles, sentia por mim, só por isso, era especial na minha percepção sensorial e imaginativa. Foi um dos primeiros processos de adaptação a ser humano na minha actual sociedade, que me lembro de experienciar, com mais fervor. Talvez tenha experienciado com tanta força até tarde, comparativamente com outros, não sei… nunca discuti isto com ninguém. Lá está, é daquele tipo de coisas que só nos sai no pensamento íntimo, ou escrevendo, como é o caso.
sexta-feira, outubro 27, 2006
yeah... fuck us
this is my last chance
"For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow.
Forget about your sin - give the audience a grin
Enjoy it - it's your last chance anyhow.
So always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath
Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke, it's true.
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you.
in, Always Look on the Bright Side of Life, dos Monty Python
Last Chance
Well you take it all for granted
So it should come as no surprise
That your big balloon is gonna burst
Right before your eyes
Well you always call your mama
Just for sympathy
(...)
And it's your last chance
(...)
Well you call me up for favours
You say that it's my turn
Well I think I'll stand on Mulholland Drive
And watch you bridges burn
Well I saw your guardian angel
He said I can't refuse
Well I'd take the chance
But it's hard to dance
In size 8 concrete shoes
Yeah Fuck You...
por BA
sexta-feira, outubro 13, 2006
uma noite de cinema
Esta foi uma noite estranhamente invulgar. Entrevista a José Pedro Gomes/António Feio/José Sacramento (em pleno palco do Villaret, com os holofotes ligados) sobre o Filme da Treta.
Passagem pelo São Jorge para assistir ao último filme do rapaz de Residência Espanhola, Romain Duris e do rapaz francês dos Os Sonhadores Louis Garrel. Chama-se Dans Paris (2006) e é de Christophe Honoré. Surpreendeu-me pela positiva, especialmente depois de um princípio extremamente pouco promissor.
O filme passou no âmbito da Festa do Cinema Francês.
Achei extraordinário ver tanta gente numa sala de cinema tão grande e magnânime, numa iniciativa criativa e algo intelectual e, por isso, arriscada do ponto de vista de público. Curioso foi também ver tantos franceses numa sala de cinema portuguesa. Fantástico foi poder voltar ao São Jorge, depois de me ter estreado na sala a ver o poderoso Dia de Treino, há uns anos.
Passagem pelo São Jorge para assistir ao último filme do rapaz de Residência Espanhola, Romain Duris e do rapaz francês dos Os Sonhadores Louis Garrel. Chama-se Dans Paris (2006) e é de Christophe Honoré. Surpreendeu-me pela positiva, especialmente depois de um princípio extremamente pouco promissor.
O filme passou no âmbito da Festa do Cinema Francês.
Achei extraordinário ver tanta gente numa sala de cinema tão grande e magnânime, numa iniciativa criativa e algo intelectual e, por isso, arriscada do ponto de vista de público. Curioso foi também ver tantos franceses numa sala de cinema portuguesa. Fantástico foi poder voltar ao São Jorge, depois de me ter estreado na sala a ver o poderoso Dia de Treino, há uns anos.
quarta-feira, outubro 11, 2006
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