Paranóia
"(...) Suores frios passeiam –
corpo abaixo corpo acima
Ferida aberta em carne viva
que a nóia reanima
Permanentemente a queimar
não deixa de me lembrar
que esta dor está aqui
e veio para ficar
Tento a todo custo
manter a sensatez
Digo a mim mesmo
para não perder a lucidez
Mas da luz no fim do túnel
já nada resta
É como nos filmes de sexta-feira à noite
no canal fiesta
Sinto que já não sobra nenhum buraco aberto
onde eu me possa enfiar
Talvez perto do deserto,
Posso fugir
mas não me posso esconder
Posso até rezar mas não há nada a fazer
Mais cedo ou mais tarde
ela apanha o passo
Quase que já posso sentir a cabra
a apertar o laço
O que era o produto
de uma mente distorcida
Passou para outro nível
logo em seguida
A alucinação deu lugar
a uma constante realidade
Com requintes dignos
de um livro do Marquês de Sade
Experiencio uma metamorfose
no corpo inteiro
Começa pela pele,
que lavo no chuveiro
Mas isto vai avançando
para um estado cada vez mais precário
O meu corpo tornou-se
numa espécie de mostruário
Uma escoriação, um hematoma
Ou apenas mais uma chaga (...)"
Da Weasel