E eu tinha tantos planos para depois
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido
Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma
Sei que um dia vais dizer
E pudesse eu pagar de outra forma
Ornatos Violeta, Ouvi Dizer
Há qualquer coisa bizarra num fim anunciado. O ano chega ao fim e logo agora que nós tínhamos tantos planos para ele. Muitos desses planos incríveis e maravilhosos terão de ficar para depois. É a procrastinação no seu auge. Antes do ano terminar quero escrever isto, organizar aquilo, fazer os vídeos que passei o ano a adiar, ir aos sítios onde não fui. Nada melhor do que atirar para canto. Já nos conhecemos bem, não vale a pena chover sobre o molhado.
Para o ano ainda cá andamos, esperamos. Mas, por isso mesmo, porque não organizar melhor, focar melhor, sonhar melhor, ser mais livre melhor, aspirar a outros mundos, mesmo sem fundos, não ter medo de arriscar e planear à nossa vontade.
Chega ao fim um ano. Começa outro em breve. Somos carne para canhão, pois então, prontos para ser disparados, mas podemos ser nós a disparar primeiro, a não esperar por um lugar dourado que não existe, muito menos que nos seja entregue uma bandeja dourada e sonhada. Bom novo ano.