segunda-feira, dezembro 27, 2004

Festa alta

Não sei muito bem porquê mas em jantares-festa, seja de escola ou actualmente, jantares da empresa, tenho tendência para me isolar. No emprego sou dos mais divertidos, digo eu! Nestes jantares, especialmente indo muitas pessoas, isolo-me. Gosto muito de observar, e até me divirto dessa forma. Além disso, acho que tenho a tendência para ser um pouco ignorado, passar em low profile. Parece sina minha mesmo. Depois uso isso de uma forma mais confortável, em que participo ao observar, ao fazer as minhas considerações e dialogar comigo próprio. É interessante mesmo. Não quero dizer que não haja jantares onde saio mais da casca, mas é pouco vulgar, só nos mais pessoais, ou familiares, como foi o caso deste Natal, onde fui dos mais participativos e malucos, no bom sentido.

Engraçado também ver que na faculdade, em jantares de grupos grandes todos querem apanhar a bebedeira, mostrar boa conversa, estilo, fumar, rir... nos jantares de empresa, parece nada mudar. Torna-se apenas mais importante dar nas vistas em certos aspectos. O meu caso é inverso, sinto a necessidade de me ausentar, na minha exuberância e apenas, observar. Claro que o facto de não fumar, não beber e ter apetência para não ser exagerado quando não estou com amigos ajuda, mas também gosto de estar a sentir que me sinto diferente de todas aquelas pessoas. Não num sentido megalómano, de ser melhor, pelo contrário... sempre tive tendência para me sentir diferente dos outros, especialmente nas saídas à noite e nos exageros destes jantares. Tenho a tendência contrária. Até certo ponto, sinto-me mais misterioso... outras vezes sinto-me demasiado sozinho. Blahs.

Todos queremos ser aceites, de uma maneira ou de outra, por umas pessoas ou outras.

PS: Porque é que por vezes sou tão exuberante e falador, com muitas opiniões e certezas e outras vezes, sou muito tímido, reservado, escondido, calado, ou até misterioso? É algo para o qual tenho algumas pistas, mas nenhumas certezas.

PS2: O album Humanos, com a Manuela (dos Clã), o David Fonseca e o Camané, com músicas do António Variações, parece-me fabuloso.