quinta-feira, dezembro 22, 2005

ausências e mudanças

É curioso como vamos mudando pequenos modos de ser ou reagir à medida que vamos experienciando mais coisas. Recentemente uma pessoa com quem trabalhei de forma intensa durante mais de um ano saiu do meu local de trabalho. Era a minha supervisora, que começou como tal e passou a ser colega e amiga. Abandonou o nosso local de trabalho para uma viagem de 3 meses à volta do mundo, o que causa alguns ciúmes, obviamente. Mas é curioso como se fosse há alguns anos, o afastamento de uma pessoa tão próxima profissionalmente e também pessoalmente, iria marcar-me de uma forma imediata. Sentiria um impacto forte. Nos tempos actuais, também motivado pelo excesso de trabalho e preocupações, não senti esse impacto grande e doloroso, a não ser pelo substituto ter criado problemas e preocupações extras. É estranho porque vejo com tanto carinho os momentos em que lhe explicava à minha antiga "chefe" os filmes que tinha acabado de ver e sobre os quais tinha de escrever. Falava sempre com muito entusiasmo, não apenas porque determinado filme ou assunto me tinha maravilhado, mas também e essencialmente, porque a pessoa do outro lado (ela), ouvia atentamente, interessada e ao mesmo tempo fascinada pelo que eu ia contando. Para isso ajuda ter-se gostos semelhantes, claro. Poder contar coisas profissionais e mesmo pessoais deste modo é uma alegria que perdi quando ela saiu da empresa. São momentos que recordarei sempre com carinho e que servem também como lição.