Pela primeira vez na minha vida - pelo menos mais a sério e com mais possibilidades de concretizá-lo -, dei por mim a pensar e sentir como seria ter filhos. Experienciar o nascimento (o homem só se pode preocupar), acompanhar o crescimento... Numa destas noites sonhei com isso. Com esse sentimento incrível e difícil. A partir do momento em que nasce, tudo muda, a vida ganha novas ramificações, preocupamo-nos com outra vida, como nunca nos tinhamos preocupado. Tive um claro vislumbre disso quando nasceu o meu irmão. Tinha 14 anos e isso mudou-me. Fiquei mais consciente e também ganhei um parceiro de brincadeiras tão doido quanto eu, já para não falar num jogador de bola de categoria, para me ajudar a partir os canteiros à minha mãe.
Tudo isto deve-se ao facto de duas amigas minhas e colegas de trabalho terem sido mães nos últimos 30 dias. O Guilherme nasceu a 11 de Setembro (de 2007) e, 27 dias depois, nasceu com oito meses o Vicente - a 8 de Outubro, esta segunda-feira. É incrível ver a mudança que estas gravidezes inesperadas (não estavam, de todo, previstas pelas mães) criaram nestas duas mulheres novas, da minha geração. É um claro indício que estou a envelhecer a olhos vistos, mas essencialmente é uma experiência nova para mim, acompanhar de perto e como amigo, a alteração de uma mulher, numa mãe. É, de facto, incrível. Tudo o que não se tinha, ganha-se de forma natural. Ambas ficaram mais cintilantes, curiosamente, mesmo se em alguns dias estavam mais carrancudas.
O nascimento de uma vida é uma coisa curiosa...