Capítulo I - O prólogo do falecido
Fui para o bosque porque vivia lá, nasci lá, cresci lá. Quando me mudei para a cidade, no final da adolescência, voltar lá trazia de volta memórias e tranquilidade. Sonhos antigos que não passavam de memórias chamuscadas pelo tempo, pela dura realidade imposta. Nada estava perdido, tudo podia ser encontrado. Seria? Estava convencido que poderia ser diferente. Fazer diferente. Tentei de menos. Lutei pouco. Esforcei-me o suficiente mas, a partir de certa altura, fi-lo no lugar errado, com as pessoas erradas. Tive momentos bons, mas também sofri. Não poderia ser só aquilo. Tinha de existir algo mais. Abandonei o passado, fiz inimigos no presente, abracei o futuro e... morri. Deixei de existir. Esta é uma história sobre os caminhos tortuosos que resultaram no meu cessamento de funções relacionadas com a vida. Embora não tenha qualquer desejo de morte, faria tudo novamente como fiz... até ao momento em que definitivamente e irreparavelmente... morri. Morri porque sim.
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Capítulo II - Aquele em que morri
(a concluir em breve, numa campa perto de si)