segunda-feira, agosto 04, 2003

Antero de Quental - Mors — Amor

Esse negro corcel, cujas passadas

Escuto em sonhos, quando a sombra desce,

E, passando a galope, me aparece

Da noite nas fantásticas estradas,


Donde vem ele? Que regiões sagradas

E terríveis cruzou, que assim parece

Tenebroso e sublime, e lhe estremece

Não sei que horror nas crinas agitadas?


Um cavaleiro de expressão potente,

Formidável, mas plácido, no porte,

Vestido de armadura reluzente,


Cavalga a fera estranha sem temor:

E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"

Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"
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Também há a possibilidade de: Responde o "eu": Eu sou o Amor que vai morrer!

Lembra-te de mim! Porquê? porque eu sou aquilo que nunca serás.
Porque não, se se faz questão.