domingo, maio 23, 2004



Troy...
Um épico do qual gostei. Não ao nível de Brave Heart, mas com espirito e bastante interesse. Peca por algumas falhas na própria história, na minha opinião, mas o desempenho dos actores é muito bom. Eric Bana e Brad Pitt fazem excelentes heróis desta mitologia.





Curioso como o filme desenvolve uma perspectiva que nos dias actuais é totalmente absurda para a maior parte das populações da parte rica do planeta, que é: a guerra por mais terra, pelo desejo de conquistar o mundo de forma declarada e inequívoca com homens que lutavam num local em concreto entre si até à morte, deixando rios de cadáveres nos campos de batalha. Pois é, outros tempos... apesar de usualmente se falar na guerra no Iraque como algo errado (as guerras na nossa sociedade são erradas, e ainda bem).

Nesses outros tempos cerca de 75% dos homens(às vezes mais), em altura de guerra tinha como principal utilidade para o seu país (Reino), combater. A honra de um país, que ainda assim bem mais novo dos que existem nos dias que correm erguia-se mais alto. A crença em deuses que tudo comandam tornava o homem comum um servidor dos reis ou chefes (supostamente em nome dos deuses), algo que hoje em dia não é tão declarado, entre os plebeus e aristocracia, mas persiste.

Perspectiva interessante. Será errada? Foram tempos errados? O melhor é não catalogar, foram outros tempos, isso sim. Assim como estes também não são certos. São apenas os tempos actuais. O Homem continua a ser o mesmo. O seu instinto é o mesmo... apenas uns pozinhos de pirilinpinpim (cultura) mudaram hábitos, mentalidades e formas de encarar alguns aspectos. Todos continuamos a ser crianças (VIVA O DIA DA CRIANÇA, dos miúdos e miudas!), homens e mulheres.

"Remember the Days of the Old School Yard, we use do laugh a lot" - Cat Stevens
Isto a propósito de: os dias do nosso jardim de infância, ou ensino primário eram divertidos (também tristes). Brincamos com amigos, embirramos com alguém. Somos alvos de injustiças e humilhações. Não muito diferente (digo eu), das crianças que ainda há umas centenas de anos, ou milhares, no caso do cenário do filme Troy, brincavam e se zangavam ao tentar manejar espadas para defender o seu reino e o seu deus. Ao tentar usar o escudo conversavam sobre sonhos inalcansáveis, conjecturas sobre o que seriam as estrelas ou que havia uma espada capaz de lançar fogo... não muito diferente das mentes imaginativas das crianças actuais.

Eu recordo. E tu? Não esqueças, mais ninguém vai lembrar por ti... é a tua mente que preserva o que passaste. Tenta.

Bottom line, em português linha de fundo (na traição de uma tradução que desvirtua)
Nada. Todos os pequenos nadas que o homem tem vindo a fazer ao longo dos tempos são tão semelhantes que fazem desses pequenos nadas uma preciosidade. Algo a "pegar" noutro post num dia futuro.
Podem ver isto num livro acabado de lançar pelas Produções Fictícias de Jerry Seinfeld "Linguagem Seinfeld" --- muito bom e merece atenção e comentário.