sexta-feira, fevereiro 10, 2006

pensa mentos

Há dias em que me irrito por motivos que fazem parte da minha forma de ser.
Eu explico. Tenho poucos amigos. Sou pouco sociável. Existe uma característica em todos os meus amigos que se deve a mim próprio. Nunca me ligam, tenho de ser sempre eu a ligar. Mandam-me mensagens de vez em quando, para combinarmos coisas e tudo mais, mas ligar, nunca. Eu ligo com frequência, mas não é por ligar com essa frequência que eles se sentem na obrigação de ligar. Não estou, com isto, a querer dizer que deveria de haver uma convensão social que obrigaria a responder a telefonemas com telefonemas, mas quando é já um hábito torna-se estranho. Por incrível que pareça, quando falo com eles ao telefone parecem não se calar com facilidade, sempre com muito para contar e, aparentemente, contentes com o telefonema. Mas ligar de volta é que... nada. Será isto um preciosismo?

Tenho uma teoria. Acho que não é dos amigos que tenho, não. É mesmo da minha pessoa. Não sou o tipo de amigo que valha a pena gastar dinheiro em ligar e também não sou gaja interessante, a essas vale sempre a pena ligar, mesmo que não possa existir um interesse sexual.

Aviso à tripulação de serEmot. Eu recebo telefonemas, sem ser profissionais. A verdade é que ou são quando os amigos em questão não pagam dinheiro por fazê-los, ou quando regresso às origens - Caldas da Rainha.

Sem querer estar a fazer uma declaração de ataque aos meus amigos, bem pelo contrário, gosto muito deles e daí serem meus amigos, sinto que nunca tive um grupo de amigos que me estimulasse completamente a nível criativo, de modo a criarmos projectos em conjunto. Alguém que ouvisse algumas das ideias mirambolantes que tenho, e se juntasse a mim, dando força, novas ideias e criando algo a partir daí. Dou um exemplo concreto, os Gato Fedorento. Invejo mais a felicidade criativa que os quatro têm uns com os outros, do que o sucesso que tiveram, nomeadamente o Ricardo Araújo Pereira. Mas existem casos desse tipo que não são conhecidos do público, mas que resultaram na perfeição. Amigos com gostos em comum, que se estimulam criativamente e criam coisas novas é uma óptima experiência. Infelizmente, dos poucos amgios que poderiam encaixar-se neste perfil, nunca houve força de vontade suficiente para ir para esses domínios, a não ser em trabalhos de faculdade.

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