Finalmente comecei a limpar o meu quarto. Uma tarefa árdua e que me parece impossível de forma a que fique bem limpo. Já há tanto tempo que não limpava nada que o pó era bastante, embora não fosse tanto como esperava. Parece um assunto frívolo, e é! Mas é um assunto muito importante.
Desde pequeno que as cores que me rodeavam, dos lençóis, das paredes, dos posters, parecem ter influência no meu estado de espiríto. Sempre me convenci disso. Especialmente por altura de determinados testes do secundário. Os de Geografia e História eram os que mais nervoso me punham. Por isso mesmo era necessário, na noite da véspera do grande teste, ter os lençóis preferidos, aqueles mais suaves, mas com as cores mais agradáveis também. Mesmo que os lençóis não fossem esses [não era assim tão chato para a minha mãe], tinha de ir buscar a fronha da almofada [que bela palavra para o sítio onde colocamos a cara para dormir] preferida. Recordo-me de uma fronha verde e amarela, com uma espécie de flores, que embora não fosse muito bonita, era bastante agradável para mim. Outras noites era aquela azul bebé, com umas riscas pequenas brancas. Enfim, havia várias, mas as cores claras sempre foram das minhas preferidas.
Voltando à limpeza do quarto. Coloquei a roupa a lavar, inclusivé os lençóis que já não eram mudados há nem sem quanto tempo [muito mesmo... mas não cheiravam mal!]. A música esteve sempre presente. Rush of Blood to the Head, dos Coldplay foi uma companhia perfeita para as tarefas caseiras. Seguiu-se o jantar, e a preparação para o almoço de amanhã, que fiz ao mesmo tempo que ia espreitando o miserável jogo do Benfica com o Rio Ave (2-2). Jantar feito e comido - já depois de ter atacada nas Estrelitas - seguiu-se então a limpeza do pó...
Limpei com pouca profundidade, chamemos-lhe assim, porque senão não saia do quarto. Aproveitei para arrumar alguns dos montes de jornais e revistas (entre outros papéis) que vinha amontoando há já algum tempo. Diminuindo uns montes e aumentando outros de uma forma um pouco mais organizada. Houve outros montes (enormes), que não tive coragem de mexer - senão não dormia...
Às vezes fico parvo comigo próprio [o que é uma coisa muito bonita de se ficar], com a quantidade de jornais e revistas que guardo. É praticamente tudo... não consigo desfazer-me daquilo. É impressionante! Tenho de arranjar uma organização decente. Depois aspirei o chão do quarto, passei com uma esfregona húmida e já sentia o quarto bem mais "aliviado" e limpo. Fiz a cama, com lençóis de flanela, que o frio está aí... mais um motivo de satisfação, ver a cama feita de lavado, e acabei por dedicar-me a ver tv... e falar assuntos parvos com o meu colega de apartamento e senhorio, El Armando... uma personagem digna de uma série televisiva cómica... Enfim.
Jeff Buckley toca no leitor, músicas agradáveis para o meu contentamento... escrevo isto. 3h33, vou-me deitar. Amanhã tenho visionamento (ver filme) de um filme português, Mano. Há tarde tenho de entrevistar o seleccionador nacional de futebol dos sub-21, Agostinho Oliveira. Enfim... muito trabalho, é o que se espera... e tudo farei para conseguir sair a horas (19h). Talvez volte a jogar à bola à noite, passados tantos meses desde última vez - sinto saudades!!
A noite vai longa.
"My kingdom for a kiss uppon her shoulder", diz Jeff Buckley, com a voz doce e melódica que inspira e faz recordar outros momentos, outros sentimentos, pessoas e melancolias.
Bons sonhos... serEmot; serL