A aproximação ao período de Natal é tão peculiar. Entre contrasensos e hipocrisias, tradições e alegrias, existem tantas coisas, tantas pessoas, tantos sentimentos e emoções. Lembras-te serEmot, dos natais no quentinho da lareira, momentos antes do jantar animado, na tourné pela família, nas cantorias e boas refeições, nos doces e nas sensações novas e de descoberta. Lembras o sentido espiritual, na altura em que ainda acreditavas. Quem era Jesus Cristo? Lembras das prendas, as que já tinhas aberto sem autorização e as outras, bem escondidas, que eram verdadeiras surpresas. Lembras do prazer de rasgar com fervor o papel de embrulho, com tanta veemência! Não havia nada mais libertador do que rasgar com vigor aquele papel, rasgar para descobrir a preciosidade que existia dentro dele.
Lembras a chegada a casa, após uma noite repleta de intensidades, alegrias e desilusões, algumas também. Apilhar as prendas, uma a uma. Fazer o inventário mental e material. Ver em quanto estávamos mais enriquecidos, na mente de uma noite bem passada e inspirada, na maravilha que descobriste nas prendas e nos bens materiais e no que eles poderiam significar. Estava tudo a nascer, estava tudo a crescer. Naqueles momentos. As idades mudam e o espiríto torna-se diferente, as emoções diferentes, a forma como olham para ti é diferente e... nunca mais será a mesma.
Não há nada para aprender... será? Apenas para experienciar, saborear e... recordar com saudade.
Boa noite serEmot. Estamos contigo nesta noite, tentaremos estar contigo logo pela manhã, daqui a pouco. O vale dos lençóis espera por mim. Tu esperas por ele e... como se estivesses numa nuvem, vais dar risinhos de excitação de quem está num meio tão aconchegante, protegido de tudo o que é exterior, que nos afaga as memórias e os sentidos.
Mais um dia. Mais uma noite. Mais algumas palavras. Música no leitor. Computador ligado. Mais nada, por hoje - quem sabe... para sempre.