quinta-feira, dezembro 29, 2005

domingo, dezembro 25, 2005

something about christmas time



[Há algo em mim que parece que já deu e ainda dá, numa pequena parte, um valor ao Natal como diz a seguinte estrofe da música de Bryan Adams. Mas a outra parte de mim, há já alguns anos bastante voluptuosa, vê o Natal com maior cepticismo, não só na questão do consumismo e prendas (que deixou de me fascinar e passou a irritar - hipocrisia e blah, blah) mas também noutras questões. A família é um aglomerado de pessoas complicado e, na minha em particular, parece existir factores como afastamento e ressentimentos antigos que complicam muitas situações. Custa ver isso no Natal, mas que é complicado, lá isso é. Continuo a ser o primeiro a "lutar" para que a minha familia se junte! Feliz dia 24 e 25 - e os outros também, pelo menos em momentos!]

Letra
There's something about Christmas time
something about Christmas time
that makes you wish it was Christmas every day

Christmas Time, Bryan Adams

sábado, dezembro 24, 2005

mais cedo ou mais tarde

As opiniões são como as folhas,
são levadas pelo vento e o tempo.
Umas demoram mais tempo a apodrecer e a sair das árvores,
outras caem mal nascem. E o vento, tudo leva...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

bom dia




Oh the weather outside is frightful
But the fire is so delightful
And since we've no place to go
Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!

It doesn't show signsof stopping
And I've bought some corn for popping
The lights are turned way down low
Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!

When we finally kissgoodnight
How I'll hate going out in the storm!
But if you'll really hold me tight
All the way home I'll be warm
The fire is slowly dying
And, my dear, we're still goodbying
But as long as you love me so
Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!

saudades da praia

in www.olhares.com
www.olhares.com/apenas_mulher/foto232786.html

quinta-feira, dezembro 22, 2005

ausências e mudanças

É curioso como vamos mudando pequenos modos de ser ou reagir à medida que vamos experienciando mais coisas. Recentemente uma pessoa com quem trabalhei de forma intensa durante mais de um ano saiu do meu local de trabalho. Era a minha supervisora, que começou como tal e passou a ser colega e amiga. Abandonou o nosso local de trabalho para uma viagem de 3 meses à volta do mundo, o que causa alguns ciúmes, obviamente. Mas é curioso como se fosse há alguns anos, o afastamento de uma pessoa tão próxima profissionalmente e também pessoalmente, iria marcar-me de uma forma imediata. Sentiria um impacto forte. Nos tempos actuais, também motivado pelo excesso de trabalho e preocupações, não senti esse impacto grande e doloroso, a não ser pelo substituto ter criado problemas e preocupações extras. É estranho porque vejo com tanto carinho os momentos em que lhe explicava à minha antiga "chefe" os filmes que tinha acabado de ver e sobre os quais tinha de escrever. Falava sempre com muito entusiasmo, não apenas porque determinado filme ou assunto me tinha maravilhado, mas também e essencialmente, porque a pessoa do outro lado (ela), ouvia atentamente, interessada e ao mesmo tempo fascinada pelo que eu ia contando. Para isso ajuda ter-se gostos semelhantes, claro. Poder contar coisas profissionais e mesmo pessoais deste modo é uma alegria que perdi quando ela saiu da empresa. São momentos que recordarei sempre com carinho e que servem também como lição.

terça-feira, dezembro 20, 2005

segunda-feira, dezembro 19, 2005

the best of me

"I work for a living, I don't live for working."
in blogario.blog.pt

18 till i die



O final de um ano é apenas uma altura simbólica em que se costuma colocar em perspectiva o passado e evidenciar as expectativas para mais três centenas de dias e pouco de vida, individual e na sociedade em que vivemos.

domingo, dezembro 18, 2005

Coming Soon - Plakat / Cover


1

coming soon, no orgasm

As relações entre pais e filhos são extremamente bizarras. Ali estamos nós - ou a maior parte de "nós" - com pessoas próximas que já passaram por muitas das coisas pelas quais nós estamos a passar. É praticamente impossível falarmos com os nossos pais sobre sexo, mesmo quando estamos desejosos de saber mais sobre como é, ou quando as nossas dúvidas podem ser importantes no decurso das nossas vidas. Actualmente a internet é uma fonte de informação decente para esse tipo de dúvidas, mas pode levar a engano. Hoje os adolescentes têm também mais facilmente uma cultura sexual ou educação sexual mais desenvolvida, nem sempre bem desenvolvida. O curioso é verificar como pessoas que sabem perfeitamente bem o que é a vida sexual, e com as quais partilhámos tudo, são nossos pais, acabam por ser insuficientes na abordagem da sexualidade especifica, no orgasmo, nesse tipo de temas claros e objectivos que poucos pais conseguem falar com os filhos e menos filhos conseguem esclarecer com os pais.

Lembrei-me disto quando estava a ver o filme Coming Soon (1999), na TVI, pela madrugada. Uma história engraçada, num filme em que Mia Farrow tem um papel pequeno. A protagonista é Bonnie Root.

O filme. Bonnie Root plays Stream, a senior at a prestigious prep school, and the last among her friends to lose her virginity. When it finally happens, she is under whelmed by the experience. This is an entertaining and intelligent film made by and for women.

Quotes: Stream Hodsell: Je veux l'orgasme. That means, I want an orgasm.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

domingo, dezembro 11, 2005

abraço

bye natal

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Está na hora da àrvore de Natal, em Nova Iorque. Vou tentar colocar as luzes de Natal no meu quarto - sem árvore - amanhã à noite. Não faço promessas.

jim morrison

People are strange, when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
women seem wicked, when you're unwanted

domingo, dezembro 04, 2005

sábado, dezembro 03, 2005

agarradas



Swedish gal. 14-01-2006

opinar e partilhar

Um dos maiores receios do poder que os blogs têm é podermos ser responsabilizados, ou melhor, tramados, por aquilo que escrevemos, pelas opiniões que temos. Sim, supostamente vivemos numa sociedade livre e democrática. A verdade é que as nossas opiniões influenciam os outros. Num blog facilme expomo-nos mais, com maior facilidade. Estamos aqui a escrever, primeiro, para nós, como um meio de libertação e satisfação pessoal, ou até algum desejo de protagonismo; depois, falamos aos amigos, depois temos algum sucesso e já aparecemos no Google. Passado uns tempos - para quem trabalha - as pessoas do local de trabalho podem descobrir, ou nós dizemos mesmo a uma delas em quem temos mais confiança. Não tarda essa pessoa diz a outra, ou então o patrão lembra-se de colocar o nome do funcionário no Google.
Não interessa como chegam lá, mas existem fortes possibilidades das pessoas erradas lerem os nossos pensamentos. Ou seja, não tarda, podemos estar a exprimir opinião sobre pessoas no trabalho, colegas de escola, amigos de longa data, ou pessoas que simplesmente não gostamos. Podemos também de falar daquilo que nos desagrada na nossa escola ou no nosso local de trabalho. Ao estarmos a expor-nos assim tanto, corremos o risco de poder ferir alguém, ou pior, ser mal interpretados por alguém.

Exemplo: mesmo que não fale de ninguém, só o facto de estar a expor pensamentos que tenho sobre a sociedade, a democracia, a falência da sociedade de consumo, podem levar a alguém a olhar-me com cepticismo ou o contrário, a gostar mais de mim. A verdade é que essas opiniões, nem sempre são a pessoa, são coisas que se pensam em determinada altura, que saem naturalmente, mas que não me fazem ser aquilo.
Dou um exemplo mais concreto. Eu começo a dizer umas coisas sobre a sociedade que aparentam ser comunistas - mesmo não o sendo -, tenho um patrão que odeia comunistas. O meu patrão pensa que sou comunista. Logo o meu patrão começa a pensar ver-se livre de mim.

As situações de opiniões sobre pessoas e acontecimentos são as mais flagrantes. Quando falamos de alguém temos de ter consciência, que ao publicarmos na internet, existe sempre a hipótese de a pessoa em questão ler o que escrevemos. Enfim, é um panóplia de hipóteses que fazem deste meio tão interessante, ao mesmo tempo perigoso.


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Recordo perfeitamente de estar a trabalhar num local - lá estou eu a ser vago para não haver identificação com o local em questão - e de uma colega desse mesmo trabalho, que também é blogger, aconselhar-me a não falar da empresa em que trabalhava no meu blog. Um conselho que me pareceu estranho na altura, mas que fez perfeito sentido um pouco mais tarde. Um conselho que nunca mais esqueci. Obrigado Ana.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

adoro o frio!

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Suíça na foto. Fascínio ou não, adoro o frio... faz-me valorizar o calor. Um novo corte de cabelo, curto, no inverno, faz gelar facilmente as orelhas. O vento gelado passa dupla frieza nas zonas laterais, mais curtas... faz-nos sentir vivos. É uma sensação fresca e boa... quando não em demasia e volta a dar utilidade a camisolas quentes, casacos luvas e gorros bem quentinhos.
Porque não gostar do frio se é ele que permite saborear o prazer do calor matinal do vale dos lençóis.

Curioso como a água dentro de uma garrafa de plástico está tão fresca à temperatura ambiente, no meu quarto. Mais um pormenor dos dias de frio que se têm sentido.

ESTAMOS EM DEZEMBRO! Passou mais um ano, estou perto de atravessar mais um Natal. Passou tão rápido. Parece. É horrível pensar que já estamos em Dezembro... Resignação.

sótão dos meus sonhos

foto: serEmot

all for one

PAra onde foram todos os meus sonhos?
Pergunta a ávida mente ao actor de todos os últimos anos. Ninguém sabia, nem queria saber, apenas ele, nem ele. Nada estava perdido, muita coisa fora encontrada.

sábado, novembro 26, 2005

quedas de água dos sonhos

letra do dia

SOMETHING BEAUTIFUL
You can't manufacture a miracle
The silence was pitiful - that day
And love is getting too cynical
Passion's just physical - these days
You analyse everyone you meet
But get no sign - the loving kind
Every night you admit defeat
And cry yourself blind

If you can't wake up in the morning
'Cause your bed lies vacant at night
If you're lost, hurt, tired or lonely
Can't control it - try as you might
May you find that love that won't leave you
May you find it by the end of the day
You won't be lost, hurt, tired and lonely
Something beautiful will come your way

The DJ said on the radio
Life should be stereo - each day
And the past that cast the unsuitable
Instead of some kind of beautiful
You just couldn't wait
All your friends think you're satisfied
But they can't see your soul, no, no, no
Forgot the time feeling petrified
When they lived alone

If you can't wake up in the morning
'Cause your bed lies vacant at night
If you're lost, hurt, tired or lonely
Can't control it - try as you might
May you find that love that won't leave you
May you find it by the end of the day
You won't be lost, hurt, tired and lonely
Something beautiful will come your way

(It'll come your way)
(It'll come your way) Some kind of beautiful
(It'll come your way) Some kind of beautiful
(It'll come your way) Some kind of beautiful
(It'll come your way)

All your friends think you're satisfied
But they can't see your soul, no, no, no
Forgot the time feeling petrified
When they lived alone

If you can't wake up in the morning
'Cause your bed lies vacant at night
If you're lost, hurt, tired or lonely
Can't control it - try as you might
May you find that love that won't leave you
May you find it by the end of the day
You won't be lost, hurt, tired and lonely
Something beautiful will come your way
You won't be lost, hurt, tired and lonely
Something beautiful will come your way
Robbie Williams

adeus, não afastes os teus olhos dos meus

Rapariga a chorar no metro. Cabeça para baixo, encostada ao vidro. Sentada. Pessoas sentam-se mesmo em frente dela. Reparam que chora... tentam olhar para outro lado.
O que fazer? Numa aldeia - digo eu - alguém perguntaria de imediato se poderia ajudar, o que se passa... Na cidade a anomia social que as aulas de geografia ensinaram, e que eu me mostrei algo relutante em acreditar, parece tomar conta da maior parte das pessoas. Vejo isso acontecer todos os dias. Ou então o oposto, pessoas a meterem-se nos assuntos e na vida dos outros quando não devem: velhos nos autocarros da Carris. Parecemos cada vez mais desintegrados da nossa condição humana, à medida que ficamos cada vez mais integrados na vida urbana. Vamos ficando mais "embrulhados" na rotina morosa, nos tempos mortos imensos, que não sabemos já olhar à volta, ver as coisas boas e as coisas más.

As pessoas nas cidades parecem cada vez mais afastadas da realidade que circunda à sua volta, incapazes de ajudar alguém que precisa de ajuda. Claro que existem excepções, felizmente. Mas as desilusões vão fazendo com que as pessoas mais atentas e capazes de ajudar comecem a desistir. Ou porque ajudaram e ainda foram, depois, maltratadas verbalmente, ou porque foram assaltadas pela sua boa vontade ou distracção. Na cidade não convém sermos distraídos, especialmente com as nossas coisas. Corremos o sério risco, andando de transportes públicos, de ficarmos sem telemóveis, carteiras, entre outros objectos, que algum gatuno agarrou indevidamente. Ou pior: ficarmos sem o nosso transporte, se calhou estarmos no local errado à hora errada, como pode exemplo, motas... [it happen to me!].

A anomia social parece tomar conta do mais resistente dos seres, se não for totalmente é parcialmente. Já não aceitamos com tanto bom grado, os folhetos publicitários, não damos esmolas - ou teriamos de dar de cinco em cinco minutos [há quem dê].
Somos um produto manipulado constantemente: Seja no valor especulativo que pagamos pelas casas no centro ou periferia de uma grande cidade - valores exorbitantes quando existem milhares de prédios vazios e abandonados em Lisboa; Seja naquilo que compramos e ao preço que compramos, tudo manipulado pelas máquinas de marketing das empresas, que procuram vender produtos a outros produtos, nós.
Somos produtos criados por um sistema caduco de democracia, de organização de cidades, de publicidade excessiva e agressiva. Para um qualquer lugar em que nos viramos numa cidade como Lisboa existem outdoors, publicidades enormes, que circundam tudo e todos. É-lhes impossível escapar. Não há nada para aprender neles... apenas tentativas de nos convencer a não esquecer uma determinada marca, que ganha tanto dinheiro com aquilo que compramos, que se dá ao luxo de gastar mais uns milhões em nos inundar com publicidade, na expectativa de nos fazer comprar em massa um produto - mesmo que não seja necessário para o nosso bem estar. O convencimento está feito. Cansa viver na cidade. Não admira que tantos saiam dela. Claro, as vantagens também são boas... a cultura, arte, as instituições, o movimento. O controlo político também está lá...

Banda sonora do post:
"We all live in this democracy
Th_ought
It's not that clear who's the enemy
There's nothing here to learn"
David Fonseca - Bu_urn


escuridão citadina

No Lado Escuro Da Rua
Um conto de Glauber Ramos de França Lima.

"Atravesso a rua. Ainda não é noite, mas os postes já começam a iluminar. As pessoas normais preferem a claridade, sentem-se mais seguras assim. Não eu. Para mim, a luz é uma incómoda visita, uma intrusa que, sem pedir licença, adentra a sala da minha consciência, mexe nas gavetas do velho armário de memórias e coloca à vista todos os meus defeitos e fraquezas.

O lado oposto é sombreado por um conjunto de fícus e mangubeiras irregularmente dispostos. As árvores deviam ser podadas com mais frequência, é verdade. Porém, mesmo que seja obrigado a inclinar-me para desviar dos galhos mais baixos, ainda acho que tal desleixo seja útil, pois evita que qualquer pessoa do lado oposto reconheça quem esteja passando por aqui.

O chão é assentado por um conjunto de pedras mal encaixadas, deixando perigosos espaços que não raro levam ao tropeço e à queda os novatos que por aqui transitam. Não corro esse perigo. Conheço cada buraco, cada fenda do tortuoso caminho, deixando-me conduzir diversas vezes com os olhos fechados. Contudo, respeito-o profundamente. E ele, a mim. Difere o lado claro pelo calçamento impecável, inclusive com aclives para deficientes físicos. No lado claro, comunhão. Lado escuro, solidão.

As pessoas que preferem o lado escuro pertencem a duas classes principais: os fotofóbicos e os noctívagos. Fotofóbicos são aqueles que por algum motivo de foro íntimo não suportam a luminescência natural e artificial. São os chamados vampíricos. Certa vez, ao passar pelo caminho, cruzei com uma jovem que me fitou profundamente por alguns segundos. Seu rosto era pálido e inexpressivo. Entretanto, sua áurea era de morte, e se a morte possui qualquer espécie de face, certamente assemelhar-se-á demasiadamente ao rosto daquela garota. Assim, fazem parte desse grupo as pessoas dotadas de extrema feiura - na maioria das vezes tal conceito reside somente na psique do indivíduo, mas encontra-se tão arraigado que acaba por levar essas pessoas a um estado extremo de reclusão - que encontram na escuridão o abrigo e o conforto contra um mundo o qual cada vez mais cultua a estética do corpo e celebra a ignorância da alma.

Com relação aos noctívagos: estes sim são os verdadeiros donos da escuridão. Alimentam-se dos restos da noite. Ganham forma quando se fecham as lojas e diminui o ritmo do trânsito. Compreendem os mendigos de qualquer espécie, as prostitutas, os travestis, os artistas anónimos, como é o caso dos malabaristas de sinais, os ébrios eventuais e os poetas lunares. Dignamente, vendem suas misérias para sobreviver. A mãe nocturna é o seu abrigo, seu fundamento existencial. Sem ela, padecem à míngua. A prostituta e o travesti não poderiam vender o sexo senão sob o estigma da discrição e do anonimato. Os mendigos, principalmente as mulheres com crianças de colo ou grávidas, aproveitam a calma nocturna como meio de sensibilizar mais facilmente os motoristas. Assim também actuam os malabaristas e tantos outros artistas dessa qualidade, os quais aproveitam o poder de contemplação que a noite exerce. O ébrio quebra garrafas e grita loucamente sem ser censurado. E os poetas buscam no submundo a inspiração para seus versos existenciais de amor e solidão.

"A noite dissolve os homens...". A noite, a escuridão. Diluído, singro caminhos, passo desapercebido, sem qualquer espécie de incómodo. Um ou outro ainda me encaram nos olhos, mas logo caio no esquecimento. A própria existência é um grande esquecimento, um andar de alma sem corpo. Ainda ontem lembrei que precisava de sapatos novos. Para quê? Se os velhos apertam, paciência. A vida é isso, um imenso sacrifício."

sexta-feira, novembro 25, 2005

deserto



Uma árvore no deserto. Assim esperamos quase todos ser... destacados dos outros, diferentes...

hold still for a moment, till u find me

Desde que me conheço, desde que te conheço, serEmot, que tenho as mais mirambolantes ideias. Sempre adorei reflectir sobre a vida, e também assumi assim a minha tendência pessimista. Desde há alguns anos que me acompanha sempre - na minha mala de pseudo-reporter -, um pequeno caderno, quase sempre preto, que preencho com ideias que me surgem, poemas que acabo por fazer numa aula secante (nos tempos de faculdade) ou apenas arabescos que me saem do pulso e dedos, para o papel - muitas vezes a ouvir um album qualquer.

Neste momento, ora dia 24/25 de Novembro de 2005 (chiça, o ano está quase a terminar!!), tenho um belo caderno funcional, de argolas preto, claro está!

Ideias voam por aí...
Por isso mesmo (por elas voarem por aí), a maior parte das minhas ideias para posts mais originais/pessoais, comentários sobre o mundo que me rodeia e filosofias gratuitas surgem na rua, fora de casa. Infelizmente "apanho" ou passo para o papel muito poucas dessas ideias que me aparecem na mente nos momentos mais impróprios. Ou porque na altura não deu jeito escrever, ou porque deu preguiça...
Outra das deficiências que aponto a ti, serEmot, é pegares tão poucas vezes nesse mesmo caderno para o observares e passares para blogs ou para a tua vida algumas das ideias, conselhos, propostas de trabalho, que acabas por apontar lá. Escrevo bem mais no caderninho, do que leio o que escrevo - ou concretizo o que escrevo.
Só cerca de 15% do que anda pelo caderno conhece a luz do dia. Ora, é um desperdício de ideias!
Tenho ideias para programas de tv, sketches, para textos humorísticos, para textos de suícido (belo paradoxo, hein), para programas de rádio e para muitas outras coisas.
Ainda sobre o desperdício de ideias, convém esclarecer que as minhas ideias mais brilhantes, para tudo, desde a ciência à literatura, passaram na minha infância e adolescência.
Como na altura não escrevia praticamente nada do que pensava, perderam-se para TODO O SEMPRE! Restam pequenos pedaços desse serEmot júnior neste serEmot actual, resta-me aproveitar os pequenos bocados que ainda existem... [claro que esta ideia pode muito bem ser pouco real, visto que as ideias brilhantes que pareciam brilhantes em pequeno, podem valer pouco para mim agora].

Vi recentemente o filme Proof - Entre o Génio e a Loucura. Uma das perspectivas que mais me espantou no filme, foi a personagem de Anthony Hopkins, Robert, um velho matemático brilhante, que era também louco. No final da sua vida passou alguns anos a escrever 103 cadernos, repletos de teorias. Ele próprio achava as suas novas teorias geniais, um dos seus alunos achava que deveria haver ali qualquer coisa de genial e, por isso, pôs-se a pesquisar todos os cadernos, na esperança de encontrar uma teoria genial nos cadernos do velho professor. As milhares de teiorias e ideias que o velho matemático tinha escrito não passavam de ideias sem qualquer nexo: sobre o quotidiano, sem qualquer interesse matemático e muito, muito pouco interesse humano...
Conclusão: muitas vezes escrevemos ardentemente um qualquer assunto, apaixonados pelo que dizemos, que não vemos que talvez não seja nada de especial.
Já me aconteceu por diversas vezes - e a ti, serEmot - estar a rever um post antigo, ou uma ideia antiga num dos blocos, e sentir que aquilo que digo não tinha tanto interesse quanto pensava que tinha.
Mas também já me aconteceu o contrário, felizmente. Já li textos antigos que já nem me lembrava que existiam e sentir uma nostalgia emocionante, ou um sentimento de ter escrito algo com valor que na altura até nem dei tanto valor...
É engraçado pensar nisto, é também uma perda de tempo...
Mas o que é a vida? Não será uma perda de tempo bem grande? Estamos sempre a perder tempo, ou não estivéssemos a caminhar para o fim, momento a momento - diz o pessimista dentro de mim.

00h49. Marca o relógio do computador. 00h52, marca o relógio de pulso que removo sempre que chega a qualquer lugar - recordo que fiz isso mesmo, por instinto, numa entrevista com o David Fonsec. 00h51 marca o relógio do telemóvel (do principal). 1h22 marca o relógio da mesa de cabeceira, aquele com o qual raramente consigo acordar.

Isto quer dizer, bonita e singelamente, boa noite ao serEmot que há em ti! A cama por ti e por mim espera. Como será o dia de amanhã? Como será o acordar?

Banda sonora do post:
Who are you? Who are you?
Pergunta o David Fonseca na primeira música do novo album, que estou novamente a ouvir.

In this little town
Cars they don't slow down
The lonely people here
Into ther lonely hearts
Passa com uma melodia ternurenta e que é o mote para uma das minhas músicas preferidas, com um dueto impressionante entre o David e a Rita: Hold Still.

quinta-feira, novembro 24, 2005

o que estou a fazer

23h08. Fui a correr à cozinha buscar uma maçã. No lume aquece um instantâneo de bolognesa, a que considero acrescentar, entretanto, soja, para fazer de almoço para amanhã. No estomâgo jaz um belo resto de sopa que sobrou de um dia destes e que a mãezinha congelou para me puder durar algum tempo. A alimentação tem sido má, por isso, uma malga de sopa é o ponto alimentício alto do dia. Uma das minhas maiores curiosidades no período em que andei na faculdade - coisas de quem faz pouco da vida - era o que comiam as outras pessoas. Hoje foi um dia mau para mim, nesse aspecto e noutros. Pequeno almoço bom da l.. Almoço miserável: pão de milho com marmelada soberba. Pouco tempo depois complementado com uma sandes de "máquina" de rodelas de carne...

Dou mais uma dentada na bela da maça!

Continuo: Após a sandes (eu chamo assim, será sande? caguei), muito trabalho se seguiu, trabalho num novo blog do trabalho. Entro fora de horas e ainda como uma fatia de bolo de chocolate - também da "máquina". Eram 20h46, estava na hora de ir embora, depois de ter feito trabalho de outros. Para apanhar o inconstante autocarro tive de ir a correr. Vejo-o a chegar. não vou chegar a tempo!! [que significa mais uma hora de espera], corro que nem um desalmado... lá consegui chegar a tempo e entrar nos bus desvairado e quase sem fôlego. Alguma mal disposição da corrida inesperada... mais um dia triste nos 39 minutos que ainda demorei a chegar a casa. Uma passagem pelo Residence, para ver o que pairava no cinema serviu para animar um pouco. Já tinha visto todos os filmes, menos um... chegado a casa... net. Estúpido! diria a minha mãe... e não só. Sou viciado. Mas sabe bem poder conferenciar com amigos via messenger e expor a parva da minha vida aqui! Não sei bem porquê - ou sei mas não vou entrar por aí!

AI o LUME!!! - fim do post

Banda sonora do post:
I got a love that no love can break. Diz o melodioso David Fonseca, na música Our Hearts Will Beat As One do novo album do David, que ouço na minha aparelhagem. Bom som! Animado e mexido.

So don't you go and be the best
there's no one running, this ain't a test
(...)
If this is the place to start
The go, follow your heart
Ouço na música seguinte do David: The Longest Road. Mais calma e também melodiosa.

terça-feira, novembro 22, 2005

mais nada por hoje

A aproximação ao período de Natal é tão peculiar. Entre contrasensos e hipocrisias, tradições e alegrias, existem tantas coisas, tantas pessoas, tantos sentimentos e emoções. Lembras-te serEmot, dos natais no quentinho da lareira, momentos antes do jantar animado, na tourné pela família, nas cantorias e boas refeições, nos doces e nas sensações novas e de descoberta. Lembras o sentido espiritual, na altura em que ainda acreditavas. Quem era Jesus Cristo? Lembras das prendas, as que já tinhas aberto sem autorização e as outras, bem escondidas, que eram verdadeiras surpresas. Lembras do prazer de rasgar com fervor o papel de embrulho, com tanta veemência! Não havia nada mais libertador do que rasgar com vigor aquele papel, rasgar para descobrir a preciosidade que existia dentro dele.

Lembras a chegada a casa, após uma noite repleta de intensidades, alegrias e desilusões, algumas também. Apilhar as prendas, uma a uma. Fazer o inventário mental e material. Ver em quanto estávamos mais enriquecidos, na mente de uma noite bem passada e inspirada, na maravilha que descobriste nas prendas e nos bens materiais e no que eles poderiam significar. Estava tudo a nascer, estava tudo a crescer. Naqueles momentos. As idades mudam e o espiríto torna-se diferente, as emoções diferentes, a forma como olham para ti é diferente e... nunca mais será a mesma.
Não há nada para aprender... será? Apenas para experienciar, saborear e... recordar com saudade.

Boa noite serEmot. Estamos contigo nesta noite, tentaremos estar contigo logo pela manhã, daqui a pouco. O vale dos lençóis espera por mim. Tu esperas por ele e... como se estivesses numa nuvem, vais dar risinhos de excitação de quem está num meio tão aconchegante, protegido de tudo o que é exterior, que nos afaga as memórias e os sentidos.

Mais um dia. Mais uma noite. Mais algumas palavras. Música no leitor. Computador ligado. Mais nada, por hoje - quem sabe... para sempre.

momentos... quentes

Corpos frios aquecem-se. Mentes vazias preenchem-se. Ideias vagas consolidam-se. As acções tomam conta dos momentos seguintes. O calor interior e exterior inunda corpos e espiritos, repletos de sensualidade, actividade. Com os sentidos à flor da pele viajamos no nosso interior, dois interiores juntos, em uníssono, movimentos em sintonia, alegria e magia, à espera de explodirem, naquele momento final. Depois? Nada conta, nada interessa...

domingo, novembro 20, 2005

quinta-feira, novembro 17, 2005

manhãs no campo

time isn´t on your side

slowly breaking

Amsterdam
Come on, oh my star is fading
And I swerve out of control
If I, if I'd only waited
I'd not be stuck here in this hole.

Come here, oh my star is fading
And I swerve out of control
And I swear I waited and waited,
I've got to get out of this hole

But time is on your side
It's on your side now
Not pushing you down and all around
It's no cause for concern
Coldplay

Fun

Life's more fun if you take it lying down
Garfield

ironia

ain´t no mountain high enough... for suicide


Now if you need me
Call me
No matter where you are
No matter how far
Don't worry baby
Just call out my name
I'll be there in a hurry
You don't have to worry

'Cause baby, there ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you, babe

Remember the day
I set you free
I told you, you could always count on me, darling
And from that day on
I made a vow
I'll be there when you want me
Some way, some how
Supremes

cidade: local de tensões

terça-feira, novembro 15, 2005

revolta

Quando é que chegámos a este ponto? Quando é que criámos uma sociedade baseada em margem de lucro, tanto humano como financeiro. Como é que nos podemos libertar deste lixo actual... não podemos, aparentemente... mas existem cada vez mais repercussões de quem vive nas margens do lixo actual que nos rodeia - mascarado de beleza intrínseca -, desde o terrorismo, às manifestações de violência e ataques em França, para não falar em tantas outras menos mediáticas. A cidade é o meio priviligiado para estas tensões e pressões fortes, injustiças e desilusões crónicas, afastamento e anonimato, atenuamento das emoções e resignação perante as explorações e frustrações que fazemos de todos os modos e feitios uns aos outros. Meio urbano. Meio sujo e articial. Meio privilegiado para a sociedade se desenvolver nos seus extremos mais intensos e menos bem conseguidos.

Adeus mundo que me viste crescer desde os 18 anos! Olá mundo que sempre desejei conhecer e que sempre me fascinou pela impossibilidade de lhe fugir.

domingo, novembro 13, 2005

profundezas da vida

TheMarkR

Angule of life. Creator of Life brings creation to the world. Creator of Life isn't willingly do prolongue is own life. What gives life?

con fusion

Confusion... no connection
hurt. no sorrow. no mercy.
creator of life on the move to a life breakdown
he's not nervous. he's just disappointed.
in pain. in sorrow.
god!!! why have you left me
why you don't seem to exist to me
why nobody cares
why nothing makes sense
this society; this life; this pain,
this way of being.
BeingEmot sucks as it never sucked before.
There's no returning to the early years,
there's no return to the time
where all was made possible

Sorrow. No erection
Resignation. so much sorrow, so much hurt.
Nothing is, Nothing was, Nothing will be...
Is Death a way of expression?
All is well, says the young boy inside of him.
He was young, got a big will,
a big flame that was on
the verge of running out forever
or fadding away... slowly
Deeply. Not willingly
Goodbye...

descanso

portrait photography

O descanso do guerreiro...
Descansar é uma das formas mais usuais de não fazer nada. Também pode ser uma satisfação ou prazer bem intenso e relaxante. Mas sem trabalho suficiente é apenas preguiça e pode mesmo tornar-se parvoíce completa.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Bons sonhos


Finalmente comecei a limpar o meu quarto. Uma tarefa árdua e que me parece impossível de forma a que fique bem limpo. Já há tanto tempo que não limpava nada que o pó era bastante, embora não fosse tanto como esperava. Parece um assunto frívolo, e é! Mas é um assunto muito importante.

Desde pequeno que as cores que me rodeavam, dos lençóis, das paredes, dos posters, parecem ter influência no meu estado de espiríto. Sempre me convenci disso. Especialmente por altura de determinados testes do secundário. Os de Geografia e História eram os que mais nervoso me punham. Por isso mesmo era necessário, na noite da véspera do grande teste, ter os lençóis preferidos, aqueles mais suaves, mas com as cores mais agradáveis também. Mesmo que os lençóis não fossem esses [não era assim tão chato para a minha mãe], tinha de ir buscar a fronha da almofada [que bela palavra para o sítio onde colocamos a cara para dormir] preferida. Recordo-me de uma fronha verde e amarela, com uma espécie de flores, que embora não fosse muito bonita, era bastante agradável para mim. Outras noites era aquela azul bebé, com umas riscas pequenas brancas. Enfim, havia várias, mas as cores claras sempre foram das minhas preferidas.

Voltando à limpeza do quarto. Coloquei a roupa a lavar, inclusivé os lençóis que já não eram mudados há nem sem quanto tempo [muito mesmo... mas não cheiravam mal!]. A música esteve sempre presente. Rush of Blood to the Head, dos Coldplay foi uma companhia perfeita para as tarefas caseiras. Seguiu-se o jantar, e a preparação para o almoço de amanhã, que fiz ao mesmo tempo que ia espreitando o miserável jogo do Benfica com o Rio Ave (2-2). Jantar feito e comido - já depois de ter atacada nas Estrelitas - seguiu-se então a limpeza do pó...
Limpei com pouca profundidade, chamemos-lhe assim, porque senão não saia do quarto. Aproveitei para arrumar alguns dos montes de jornais e revistas (entre outros papéis) que vinha amontoando há já algum tempo. Diminuindo uns montes e aumentando outros de uma forma um pouco mais organizada. Houve outros montes (enormes), que não tive coragem de mexer - senão não dormia...
Às vezes fico parvo comigo próprio [o que é uma coisa muito bonita de se ficar], com a quantidade de jornais e revistas que guardo. É praticamente tudo... não consigo desfazer-me daquilo. É impressionante! Tenho de arranjar uma organização decente. Depois aspirei o chão do quarto, passei com uma esfregona húmida e já sentia o quarto bem mais "aliviado" e limpo. Fiz a cama, com lençóis de flanela, que o frio está aí... mais um motivo de satisfação, ver a cama feita de lavado, e acabei por dedicar-me a ver tv... e falar assuntos parvos com o meu colega de apartamento e senhorio, El Armando... uma personagem digna de uma série televisiva cómica... Enfim.

Jeff Buckley toca no leitor, músicas agradáveis para o meu contentamento... escrevo isto. 3h33, vou-me deitar. Amanhã tenho visionamento (ver filme) de um filme português, Mano. Há tarde tenho de entrevistar o seleccionador nacional de futebol dos sub-21, Agostinho Oliveira. Enfim... muito trabalho, é o que se espera... e tudo farei para conseguir sair a horas (19h). Talvez volte a jogar à bola à noite, passados tantos meses desde última vez - sinto saudades!!

A noite vai longa.
"My kingdom for a kiss uppon her shoulder", diz Jeff Buckley, com a voz doce e melódica que inspira e faz recordar outros momentos, outros sentimentos, pessoas e melancolias.

Bons sonhos... serEmot; serL

Sentidos

Have You Ever Feel Lost?

É uma frase que, não sei muito bem porquê, me acompanhou há uns tempos...
Sinto-me perdido dentro de mim mesmo, dentro de uma sociedade cheia de regras e exigências. Talvez seja esse um dos motivos. Mas é um sentimento de partilha também. Acho que já todos nos sentimos perdidos, de alguma forma estranha ou diferente do habitual. Faz parte um pouco do nosso modo de ser. Somos humanos. Somos complexos. Procuramos respostas para as nossas dúvidas existenciais.

Como dizia Jeff Buckley (na cover de Leonard Cohen):
Well your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you to her kitchen chair
She broke your throne and she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah
Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah

quinta-feira, novembro 03, 2005

psicoses

24 anos 358 dias de vida.
Decisão: acabar com a vida quando completar 25.
Objectivo: nenhum em especial...

terça-feira, novembro 01, 2005

ein stein



E = serEmot
serEmot = my memory

Exercício de internet disponível aqui.

terça-feira, outubro 25, 2005

futuro em alta

120 escudos. Aquilo que não dava para comprar com 120 escudos há uns anos atrás. Hoje senti-me aquilo que sou, um rapaz nascido no século passado. Mas mais do que isso, senti-me um rapaz nascido há um século.
Fui a uma padaria aqui perto de casa comprar dois pães (ou papo-secos - que belo nome, vem assim na Infopédia) caseiros, pequenos, e o preço foi: míseros 60 cêntimos. Uma pechincha, para quem estaria a pensar em comprar um bolo ou um pão com queijo num café, mas numa padaria custar este preço é um ultraje.
Chamem-me antiquado, velho peidolas, senhor dos sete ventos (ok, acabei de inventar esta), ou mesmo bota pastilha (prefiro pastilha a elástico), mas com 60 cêntimos, há 10/15/20 anos atrás, eu comprava dois bolos! Faz confusão à mente frágil do jovem forreta ver preços deste tipo em dois bocados de massa (farinha acima de tudo) cozida. 120 escudos era muito dinheiro no meu tempo, naqueles saudosos anos 80 e 90. Ai que loucos, inspirados e baratos eram os anos 80 e 90... já lá vai tanto tempo, tantas pessoas que já nasceram desde então - o meu irmão, a minha irmã. Sinto-me como se tivesse nascido no princípio do século passado - falta-me a bengala, é certo, mas os preços parecem corresponder. Enfim, dizia o jasmim a mim.

Vivemos num futuro em crise. Depende da vida que vivemos, das coisas que fizémos e fazemos, tivémos e temos.


Local do crime: Rua Alves Torgo - Arroios (ATENÇÃO: local onde não se deve comprar pão)

domingo, outubro 23, 2005

notas a correr pela vida

[Procura-se: especialista de tipografia, que queira montar uma máquina de notas falsas. Ofere-ce 50% dos ganhos. Tudo com a máxima confidencialidade. Ganhos semelhantes ao Euromilhões. Mais informações ligar para 112, pedir para falar com responsável departamento de notas falsas da PJ.

Porque será que nenhum Estado se lembrou ainda de fabricar dinheiro falso. Agora que temos os Euros, não teria de ser propriamente falso, visto que se fabricam euros em Portugal. Bastaria o Estado português criar uma Casa da Moeda secreta e paralela à existente, e depois fazer uma pequena lavagem de dinheiro em Espanha, França, Alemanha, Suíça, Málaga, Bélgica, Holanda, tudo num sistema controlado e disseminado, para não levantar suspeitas. Seria uma forma fantástica de reduzir o défice, aumentar os salários ao nível europeu e ainda baixar considerávelmente os impostos. O que é que o Sócrates pensa que os outros grandes países europeus fazem???

Engraçado, sem ter graça nenhuma, como aquilo pelo qual a maior parte de nós luta durante tantos meses, tantos anos na sua profissão é pelo dinheiro que ela dá, as notas e moedas que nos permitem comprar coisas, independentemente de fazermos aquilo que gostamos ou não, o dinheiro, bocados de papel e metal, são o nosso pão para a boca, água (menos a dos rios e a do mar), fruta, bolos, cama, luz... (menos a do sol). ]
living on a ritual

[Living on the edge. Armados com os seus carros recentes, com a bebida desinibidora e parte integrante do ritual - que lhes vai correndo nas veias -, os jovens mais avenços ao ritual nocturno vão pavonear-se, como um qualquer macho, em busca de uma fêmea que lhes dê auto-estima, de bons momentos com os colegas da matinha, na busca de experiências e poder.]

Os jovens do sexo masculino morrem ao domingo.

crenças

Funerais IV


Posso estar a ficar maluco, mas existem tantas coisas que não fazem o sentido, para mim, que era suposto fazerem para o resto da sociedade.
Estamos a entrar numa época de questionamento profundo. No entanto, continua a existir vários grupos de jovens católicos ou de outras religiões, crentes, com todas as suas forças de que irão para um espaço melhor, um "céu" à sua medida. Continuam a existir jovens muçulmanos, que viveram todas as suas vidas sob ensinamentos ocidentais, dentro das nossas culturas, mas por um qualquer motivo se viram na procura daquilo que lhes falta, nas suas vidas, na religião e até no extremismo, que leva ao terrorismo com muita facilidade. Por outro lado, existem várias pessoas, uma vaga que pensei ser bem maior do que por vezes parece, que se questionam sobre o que os rodeia, sobre as verdades avançadas como dogmas, como verdades tranquilizadoras.

Nada faz mais sentido do que ser verdadeiramente religioso. Somos devotos a uma causa que só nos traz satisfação e respostas.

Mas existem muitos que não se contentam com essas respostas, tão coladas a cuspo por uma história construída e adulterada conforme se queiram transformar as crenças. Engraçado como nunca se ouve padres, "pastores", de igrejas falarem da ciência quando falam do mundo. São pessoas viradas apenas para o ser humano. Falam do nosso papel no mundo, mas são incapazes de dizer que vivemos num planeta chamado Terra, num sistema de planetas a que chamamos sistema solar, numa galáxia a que démos - ou alguém deu por nós - o nome de Via Láctea.

domingo, outubro 09, 2005

sonhar


Foto de Floris Andrea

Sonhar. Sonhar. Sonhar. Não consigo parar de sonhar. Quero dormir mais para sonhar!

A Journey with No Past

To a Journey with no past
To a Wall without a future
We remain with sorrow souls
and without a window of hope

sábado, outubro 08, 2005

keating

size the day, boys

At the age of 29, he was determinated to suicide himself.

So he was obliged, in his own mind, to live life with passion and intensity, making is life extraordinary.

sexta-feira, outubro 07, 2005

frase do dia

"Tenho de ir comprar Hallibut para o rabo da minha filha"
Senhora com as compras na mão, comenta com amiga

segunda-feira, outubro 03, 2005

a new day



Morning (mourning) as broken.



Olhar ao espelho.



Banho para acordar.

O pequeno-almoço.

fly to the moon

Luar. Uma forma de olhar o luar
um modo de saborear e calar
sonhar e viajar, beijar e amar
formas de sentir o luar
cheirar a vida
viver o futuro e imaginar o passado
sem fronteiras, sem amarras
livres de olhar o luar
experienciar uma aventura
profunda e singular
onde nos perdemos sem nunca nos encontrar.

conselho da semana


Eu aconselho a todos terem cuidado com a mudança de temperatura que existe neste momento em Portugal. As noites e manhãs estão frias, os dias quentes,
CUIDADO COM AS CONSTIPAÇÕES!!

Um conselho patrocinado pelo genério, Coça Aqui o Meu Pézinho

___________


Segundo conselho:
Acordem cedo; 8h30, e ponham-se a olhar para o céu!! É o eclipse anular lunar!

Ver aqui em directo emissão na Internet.

domingo, outubro 02, 2005

direito à escolha

Filha (7 anos): Porque é que não podes ficar comigo?
Pai (Michael Douglas): O pai tem de ir trabalhar.
Filha: Porque é que tens de ir trabalhar?


Este pequeno diálogo, acabei de visionar num filme na SIC. E, apesar de ser uma pergunta inocente coloca em causa algumas das regras da 'nossa' sociedade. Aquela que não escolhemos e temos de cumprir. Tal como no livro Admirável Mundo Novo, do visionário Aldous Huxley, deveriamos de ter ilhas para as pessoas que não queriam viver nesta sociedade, tal como ela é. E deveria de haver um direito à escolha.

quinta-feira, setembro 29, 2005

it´s a dog world

No mercado de trabalho, a competição é comum. Por isso, temos de saber não dar oportunidades para os outros tentarem a todo o custa desvalorizar a nossa competência ou o nosso trabalho. Por vezes, quando dizemos o que nos vai na mente, sem ponderar, há pessoas que aproveitam isso...

segunda-feira, setembro 26, 2005

bizarrias e encantos

Uma manhã na cidade. Uma chegada de fim-de-semana difícil. Uma hora no trânsito. Caos.

7h45. serEmot levanta-se da cama com o objectivo de apanhar o autocarro das 8h35 das Caldas da Rainha para Lisboa. 7h50, lava-se a cara, ouve-se a "madre" e arruma-se os últimos pormenores da mala. 8h. Toma-se o pequeno almoço. 8h05. Despede-se das crianças Pedro e Rita, e da "madresita". Off i go.


Jovem negro, autocarro 26. Roupas muito largas de uma qualquer equipa de basquetebol norte-americana, e um boné à moda. Cheiro nauseabundo a sémen, parece quase de cavalo.

Jovem negra com mamas de 30 kg cada. Uma enormidade. Encosta-se a mim, quase sufocando-me. Nunca pensei que uma situação destas pudesse ser, desagradável!


Passagem por rapaz, das obras, com o cú à mostra. Será que ele nunca ouviu as inumeras piadas sobre os homens das obras com o cú à mostra?? Ele é jovem, por isso menos desculpa tem.

Rapariga. Loura. Saia. Mocassins. Blusa azul bebé e bandelete a condizer. Encantos...

terça-feira, setembro 20, 2005

Pergunta da semana:
Porque é que o mau cheiro é superior ao cheiro perfumado???

Exemplo: autocarros da Carris. O mau cheiro abunda em muito. Será que os portugueses são mal cheirosos?

segunda-feira, setembro 12, 2005

sono

Quando estamos com algum problema físico a nossa mente começa a arranjar soluções ao desbarato, com esperança de que passe o problema. Por exemplo. Uma noite mal dormida, onde se morre de um profundo sono e se batalha para que as pálpebras se mantenham abertas, pode fazer com que comecemos a comer que nem alarves. A nossa mente explica ao corpo que falta alguma coisa; o corpo, por consequência, tenta arranjar solução. Quando não nos podemos deitar e dormir como o corpo exigia, ou porque temos que trabalhar ou porque temos que fazer alguma coisa estranhamente importante, o corpo começa a buscar outras fontes de se satisfazer. Por isso comemos que nem alarves. Estamos cheios e queremos comer MAIS e MAIS e MAIS. Tudo porque não podemos dormir, logo o corpo tenta-se 'encher' com outras coisa, na esperança secreta de que páre de ter sonoo oonnondsfidadosfodafnidnsdnf dsnifonfafofodsfasodfnodasnifoidasnf

Oops. A minha cabeça acabou de cair em cima do teclado. I wonder why.
Espreguiço-me de forma pronunciada e esticada para tentar afugentar o sono...

quarta-feira, setembro 07, 2005

locais e regressos

É perturbante voltar a um local em concreto onde perdemos alguma coisa importante para nós. O local onde nos foi roubado o nosso único meio de transporte (uma mota, por exemplo), que modificou por completo a vertente temporal da nossa vida nos últimos tempos é um exemplo de um bem material muito útil e que faz mesmo muita falta. Passar por esse local causa-nos um calafrio, um engolir em seco que nos perturba e irrita, especialmente nos primeiros tempos. Depois, mais tarde, quando passamos de autocarro, olhamos para o local com algum tristeza, com uma secreta esperança de ainda podermos recuperar o bem roubado, extropiado, levado de forma cruel e injusta. São sentimentos fortes, mas muito diferentes de quando perdemos num local, em particular, algo mais importante na vida, sentimentos e pessoas.

21 GRAMAS
Neste filme de Alejandro González Iñárritu existe uma cena bastante perturbante [existem muitas, mas esta chamou a minha atenção, quando revi o filme esta noite na RTP1]. A personagem interpretada pela brilhante actriz Naomi Watts, Cristina Peck, vai ao local onde o marido e as duas filhas morreram atropelados por um carro há uns meses. O sofrimento de tanta perda numa vida que, antes, corria um certo rio alegre e feliz; o significado de um lugar tão especifíco e que trouxe tanto mal, mágoa e tristeza intensa é brutal. São sensações demasiado emotivas e significativas para serem banalizadas, e esse mesmo local torna-se num pequeno santuário da memória dor, da visualização mental da morte de pessoas tão importantes na vida de uma outra, que lhe davam um rumo e significado.
O ser humano dá o significado que a sua mente quer e necessita, a pessoas, locais e situações. Nesta cena do filme pessoas, locais e situações concentram-se em toda uma cena, em toda uma memória de dor e de perda.
A vida humana é feita destas pequenas grandes coisa, pequenas grandes mudanças de rumos de uma vida. Cada acontecimento desencadeia outros sucessivos, uns mais determinantes que o outro. Não nos podemos esquecer que, a qualquer momento, poderemos viver/atravessar um momento determinante, um oportunidade ou desgraça charneira na nossa vida; mas também não podemos viver obcecados com isso, senão é como não vivessemos verdadeiramente.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Revolta do espírito, tristeza da mente

Sinto-me revoltado com a vida, com a forma com que a sociedade está organizada, como existe tanta incompetência de empresas e pessoas em Portugal, como tenho tido tanto AZAR - SE É QUE ISSO EXISTE -, como nada parece correr bem, como tudo é confuso e nublado.

Para onde vamos depois da morte, para onde se encaminha este universo longínquo, são questões mais existenciais e impossíveis de resposta objectiva e que, ultimamente, raramente têm pairado o ser de serEmot. Nada está provado nesse campo, no entanto, é claro que vamos morrer, o nosso corpo não aguenta os anos. Li algures que o cérebro humano aguenta mais os anos, por si próprio, que o resto do corpo. Qualquer dia, poderemos ter cérebros a serem retirados de corpos já moribundos e colocados em corpos sem vida clonados (exagero, sem dúvida), para pessoas ricas prolongarem a vida.

Remembrance die with the dead,
Hope die with lack of trust in ourselves
Saddness breads in uncertainty

quarta-feira, agosto 24, 2005

As primeiras sensações que um ser humano pensante tem quando entra pela primeira vez num metropolitano são intensas e confusas. Como é que estas pessoas todas andam aqui ao lado de carris assustadores como se nada fosse? Pergunta a mente frágil e ainda a tentar encaixar os mecanismos que a circundam...

segunda-feira, agosto 22, 2005

reticências

2005

Ora aí um ano em que, até agora, muito foi aquilo que correu mal. Entre o roubo de uma mota nova e a habitual frustração por não ver um futuro risonho, a vida parece nunca mais descolar... Como depois da tempestade vem a bonança, a esperança é que isso também aconteça na minha vida.

PS: Se alguém souber a chave do próximo Euromilhões, é favor enviar para seremot@gmail.com

William Blake, The Red Dragon.

sexta-feira, agosto 19, 2005

let it roll in the light of the night



Numa noite de Verão sobra tempo para a reflexão. Para as experiências e para ideias iluminadas e sonhos esperançados mas pouco reais. A vida corre, percorre as feridas da sobrevivência e da vivência social ocidental. Let it roll baby, all night long...

sexta-feira, agosto 12, 2005

10 anos, a mudança de amigos

serEmot aos 8 anos, acho eu...


Puto Sinal aos 9 anos.

O meu irmão mais novo tem agora 10 anos, está a iniciar um novo rumo na sua vida ao entrar para o 'ciclo' e ao ir para uma escola diferente onde irá estar numa turma nova.
Um percurso que atravessei com algumas dificuldades iniciais. Foi a primeira grande mudança que tive na minha vida. De amigos, escola, conhecimentos... enfim, de muita coisa. 10 anos é uma idade mítica, especialmente para esta sociedade em que, se tudo correr normalmente, se muda de ensino.

1991. Eu tive 10 anos em 1991. Foi um ano estupendo em que terminei a quarta classe com uma paixão por história, entrevistas e teatro, muito graças à Dona Esperança, minha professora durante quatro anos que, já em final de carreira, deu ânimo às aulas com várias iniciativas. A Dona Esperança, infelizmente, morreu há cerca de dois ou três anos, mas as memórias ficam. A meio do ano de 1991 aconteceu o impensável, mudei de escola. Era altura de ir para o 'ciclo', crescer mais um bocadinho e deixar amigos, histórias e memórias da primária para trás. Mas custou muito. Na altura não conseguia conceber a mudança de amigos, não sabia como conseguiria arranjar novos, tinha medo de perder os amigos, a professora e as memórias que tinha recolhido até ali, assim como as experiências boas. Recordo-me de chorar na cama, sem ninguém saber, por causa disto...
A verdade é que começando a escola, em Setembro de 1991, no 'ciclo' tudo isto se esquece um pouco. Também tive a sorte de ter seis (!!) pessoas da minha turma da primária no 5ºA, da Escola Preparatória das Caldas da Rainha - apesar de só me dar bem com algumas raparigas neste grupo de seis. Foi um período único e que não se volta a trás. Fiz novos amigos, senti-me bem, senti-me mal e aprendi que as mudanças são sempre mais difíceis antes de se concretizarem (depende um pouco).

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Uma pequena memória que surge com a entrada do meu irmão mais novo, Pedro (Puto Sinal) no 'ciclo'. Tanta coisa mudou no mundo desde há 14 anos atrás, mas as emoções são muito semelhantes...

sábado, agosto 06, 2005

fogo sem barreiras


ver fotos aqui.

[Os links para o FOTOLOG estavam incorrectos, já corrigi: www.flickr.com/photos/seremot]

É uma sensação de desolação, tristeza e impotência perante um fogo que não conhece limites.

Cheguei hoje a casa, nas Caldas da Rainha e deparei-me com um cenário que não imaginava. Isto apesar de já me terem contado vários pormenores do incêndio que aconteceu na quinta-feira, pouco depois das 13h e se prolongou durante algumas horas devastando a vegetação, pinhais, eucaliptais e mato que existem ao longo da zona do Casal do Lavradio, mesmo bem perto do centro da cidade das Caldas da Rainha. O hipermercado do Fonte Nova esteve em perigo, bem como restaurantes e, pelo menos, quatro fábricas e muitas moradias. Centenas de hectares foram reduzidos a cinzas.

A nível pessoal recordações guardadas numa Casa do Pinhal que era uma arrecadação foram queimadas e dizimadas pelo fogo, ficam agora apenas na memória.

Ontem a minha tia desmaiou com os nervos, tal foi a proximidade do fogo à minha casa e à casa dos meus tios. Os meus pais tiveram de fugir da sua própria casa, rodeada de chamas, e pensavam mesmo ter perdido a sua casa de sempre, onde eu vivi toda a minha vida, até aos 18 anos. As chamas e o fumo tapavam por completo a casa... mas, felizmente, a casa não foi queimada apesar do fogo ter estado a três metros da casa, salva em cima do momento pelos muito poucos e MUITO ATRASADOS bombeiros, familiares, amigos, vizinhos e desconhecidos.

Hoje o cenário era desolador, com tudo em cinzas. O que antes era uma vegetação rica, um ambiente puro e natural, passou para um ar repleto de cinza e destruição.

Perdi a Casa do Pinhal, onde mantinha uma bicicleta e livros da primário, bem como móveis antigos e louças antigas - que desapareceram por completa, dizimados pelo fogo. Ao lado dessa casa estava um barracão de madeira, totalmente destruído, onde viviam três rolas, até agora apenas uma foi encontrada.

Não tenho linha telefónica, visto ter sido queimada pelo fogo que circundou a casa em três lados, apenas um dos lados não teve frentes de fogo.

A vida continua, mas o memória não apaga um susto enorme e uma desolação imensa por um pinhal maravilhoso totalmente consumido pelo fogo. Foram vários os pinhais, na zona, dizimados pelo fogo que se julga ter sido fogo posto, por ter aparecido em quatro locais distintos, mais ou menos ao mesmo tempo.


Poderão ver no Fotolog SEREMOT fotos da tragédia nas Caldas da Rainha e, mais especificamente, nas imediações da minha casa.

é triste

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Raposeira, Colmeias - LEIRIA.
[É uma das sensações piores... vermos a nossa casa a arder mesmo à nossa frente, sem podermos fazer nada para o impedir. Mangueiras, baldes, enchadas, tudo serve para ajudar, mas se o vento estiver desfavorável e o fogo forte não há hipótese. Hoje grande parte do país esteve em chamas. Inclusivé a minha zona, Caldas da Rainha. O fogo esteve a dois metros da casa onde vivi 18 anos da minha vida. Um dos barracões onde tinha brincado, andado a cavalo, guardado livros escolares antigos, recordações e vivências foi dizimado pelo fogo. Caiu o telhado, ardeu tudo, ficou tudo em cinzas. Restam as recordações. Pergunto-me... como??? Pode acontecer a qualquer um.]

Ponto de situação das 17h52
Mais de 3000 bombeiros combatem 31 incêndios em onze distritos
O Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) informa que, às 17h52, são 2794 os bombeiros que combatem os 31 incêndios activos em onze distritos.
Governo Civil de Leiria pede reforços para combater 18 incêndios

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Arderam 68 mil hectares
Mais de 52 mil hectares de floresta arderam em Portugal Continental em Julho, o pior mês desde o início do ano, elevando para 68 290 hectares a área destruída pelos incêndios nos primeiros sete meses de 2005.
Os dados constam do último relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), segundo o qual se registaram 20 061 focos de incêndio desde o início do ano, 7 070 dos quais no mês de Julho.
Só no mês de Julho as chamas queimaram 52 538 hectares, o pior mês de 2005. Em Junho tinham já ardido 9 549 hectares e em Março 3.979.
Quanto ao número de ocorrências registadas, num total de 7 070 em Julho, 1 383 são incêndios florestais e 5.687 fogachos (menos de um hectare de área ardida).
Desde o início de 2005 esta entidade já registou 4 353 incêndios florestais e 15 708 fogachos.Relativamente a igual período do ano passado, a área ardida em 2005 diminui, visto que em 2004 a DGRF tinha registado 105 161 hectares de área ardida no final de Julho.
in Expresso


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Leiria.
Fotos: Lusa/Paulo Cunha

quinta-feira, agosto 04, 2005

Pensa mentos tristes. Quando pensamos que já nos aconteceu muito de mau, algo de pior acontece...

Ser humano é isso mesmo, às vezes.

Fogo. Cruel e impiedoso.

segunda-feira, agosto 01, 2005

noites da treta, na rtp

O que é que se passa com os programas da RTP? Esta noite voltaram a mostrar mais um programa imbecil de variedades com assuntos parvos e interesse nulo. Não entretém, de modo algum. Já ontem, sábado, voltou a dar um programa do qual nunca consegui ver mais do que 60 segundos de seguida - quando o comando teima em não mudar de canal com facilidade - com o Pedro Miguel Rameiro (Ramos) e a Merche Romerda (Romero) produzido pela Teresa Guilherme, mas com sem qualquer tipo de interesse, é mesmo parvo. Até as Cantigas da Rua, com um formato também e rua e produzido pela Teresa, era bem melhor...
Enfim, é a televisão generalista que nós temos...

domingo, julho 31, 2005

ser professor

A forma como um jovem se adequa, ou tenta adequar à sua profissão extravassa o dominío da maneira como desempenha a o trabalho. O jovem é impelido a vestir-se conforme a profissão que tem. Um professor, por exemplo - não sendo de educação física que têm modos muito especifícos - tem tendência a vestir-se de um modo clássico mas nã demasiado capitalista. Por isso, uma camisola beta, umas calças caqui betas e uns sapatos de vela são um bom tipo de roupa de professor. As meias devem ser sempre escuros e nunca brancas, um bom professor deve dar o exemplo...

segunda-feira, julho 25, 2005

diablo


The Voice of the Devil
All Bibles or sacred codes have been the causes of the following Errors:--
1. That Man has two real existing principles, viz. a Body and a Soul.
2. That Energy, call'd Evil, is alone from the Body; and that Reason, call'd Good, is alone from the Soul.
3. That God will torment Man in Eternity for following his Energies.
William Blake


Definition: Devil

Diabo
do Lat. diabolu

fig.,
pessoa má, de mau génio;
pessoa muito feia;
indivíduo desordeiro;
turbulento;
pessoa travessa (nas acepções figurativas grafa-se com inicial minúscula).
fazer o - a quatro: praticar desatinos;
dar ao -: maldizer de;
pobre -: homem inofensivo, que não faz bem nem mal;
trazer o - no ventre: ser origem de desgraças.

até sempre



É muito estranho quando nos habituamos às pessoas, mesmo quando pensávamos não criar qualquer tipo de hábito. Quando se mora com alguém, facilmente isso acontece. Mas há pessoas que marca mais do que outras. Recentemente alguém que com quem partilhava casa e que não conhecia antes de ele vir para o apartamento foi-se embora. Terminou um doutoramento em Química. Hoje cheguei bem tarde a casa, como se costume em dias de fecho, e senti a falta das conversas pelo noite dentro. Conversas interessantes, onde se aprendia bastante e animadas. Enfim. A vida continua, mas as memórias ficam.

Normalmente dizemos sempre, até à próxima. Combinamos depois qualquer coisa... a verdade é que nunca mais se costuma ver estas pessoas. É muito raro e, quando acontece, é tão furtuito.

A imaginação sem limites

Admirável Mundo Novo
Romance

Aldous Huxley

Uma daquelas obras marcantes. Que nos guia por uma sociedade única e misteriosa. Original e interessante. E se o último propósito do ser humano fosse condicionar-se ao máximo para ser feliz? E se a sociedade decidisse no papel e nas leis que, afinal, de facto, não somos todos iguais perante as regras impostas pela comunidade? E se nenhum de nós nascesse do ventre de uma mãe, aliás, a palavra mãe era nojenta e pornográfica, e a de pai apenas muito inconveniente?

E se todos os seres humanos tivessem de ter vários parceiros sexuais (poligamia obrigatória) – não haveria casamento (algo considerado ridículo)? Aliás, ter apenas um mesmo parceiro durante algum tempo seria muito mal visto e condenado, especialmente para pessoas com menos de 30 anos.

E se houvesse regras específicas na sociedade para criar seres humanos diferentes, alguns até que se chamariam semi-abortos? Haveriam divisões na constituição desses seres humanos, com divisões de inteligência, altura, cor de pele – tudo isso era realizado com pormenor cientifico em gigantescos edifícios. As pessoas seriam criadas em provetas, e teriam uma certa ternura por esses tubos de ensaio.

E se a solidão fosse proibida? E quem se sentisse só visto com desdém.

E se houvesse uma espécie de droga e medicamento, chamado soma, que colocaria as pessoas sempre felizes, quando algo de problemático acontecia?

Este é o mundo criado por Aldous Huxley, pouco antes de 1932, altura em que o livro foi publicado. Este mundo de inspiração serviu de força motora para pessoas como Jim Morrison. Mas neste mundo estas são as premissas, a história e enredo vai mostrar as falhas das várias sociedades, a nossa, vista com uma longitude difícil de imaginar, e a construção da sociedade do Nosso Ford, uma espécie de criador, humano e inspirado. Huxley vai ao ponto de imaginar os pormenores de criação cientifica em diversas castas e da fabulosa educação por hipnopedia, que traz a todos estes seres humanos diferentes de nós, condicionamentos que lhes ficam marcados para sempre. Uma educação impressionante e imaginativa, a fazer lembrar que o mundo mais evoluído pode ser como nunca o imaginámos, em vários aspectos.

Golfe de obstáculos
Cinema Sensorial

"Havia umas coisas chamadas pirâmides, por exemplo. E um homem chamado Shakespeare. Nunca ouviram falar dele, naturalmente… Tais são as vantagens de uma educação verdadeiramente cientifica. Havia, como já disse, uma coisa chamada cristianismo…»"

«Por amor de Ford!» ... «Ford me ajude».

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Conhecer Aldous Huxley
Aldous Leonard Huxley (July 26, 1894November 22, 1963) was a British writer who emigrated to the United States. He was a member of the famous Huxley family who produced a number of brilliant scientific minds. Best known for his novels and wide-ranging output of essays, he also published short stories, poetry, and travel writing. Through his novels and essays, Huxley functioned as an examiner and sometimes critic of social morés, societal norms and ideals, and possible misapplications of science in human life. While his earlier concerns might be called "humanist," ultimately, he became quite interested in "spiritual" subjects like parapsychology and mystically based philosophy, which he also wrote about. By the end of his life, Huxley was considered, in certain learned circles, a 'leader of modern thought'.

Later years

He started meditating and became a vegetarian. Thereafter, his works were strongly influenced by mysticism and his experiences with the hallucinogenic drug mescaline, to which he was introduced by the psychiatrist Humphry Osmond in 1953. Huxley's psychedelic drug experiences are described in the essays The Doors of Perception (the title deriving from some lines in a poem by William Blake) and Heaven and Hell. The title of the former became the inspiration for the naming of the rock band, The Doors. Some of his writings on psychedelics became frequent reading among early hippies.


Foto de 1960. Huxley nasceu em 1864 e morreu em 1963. Foto1 ; 2 ; 3 ; 4 ; 5 ;

The Doors of Perception is a 1954 book by Aldous Huxley detailing his hallucinatory experiences when taking mescaline. The title comes from a quote from William Blake:

"If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite."
Based on this quotation, Huxley assumes that the human brain filters reality in order not to let pass all impressions and images, which would be unbearable to process. According to his view, drugs can reduce this filter, or "open these doors of perception," as he puts it metaphorically. In order to verify his theory, Huxley takes mescaline and writes down his thoughts and feelings. What he notices is that everyday objects lose their functionality and suddenly exist "as such." Space and dimension become irrelevant and the perception seems to be enlarged, overwhelming and at times even offending because the person is unable to cope with the enormous amount of impressions.

Huxley, Aldous, "The Doors of Perception". (HTML file format).

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Aldous Huxley